quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Projeto Vetores

Seguindo o cronograma feito pelo grupo, na sexta-feira (04/11) fomos à área que estamos trabalhando para aplicar um inquérito, também feito pelo grupo. A área é o “alojamento”, pertencente a área amarela.

A intenção do inquérito era saber o que a população residente acha sobre o lixo, que nesta área é muito presente.

Foram entrevistadas 16 pessoas, sendo cada qual representante de sua casa. A população se mostrou consciente sobre o acumulo do lixo e os problema que este pode causar. Também referiu a presença de ratos, e até mesmo outros animais como cobra e escorpião.

Todos os entrevistados mostraram grande interesse no assunto e também dispostos a ajudar em projetos para retirada do lixo. Também falaram muito que não adianta nós irmos lá e retirar todo o lixo se não tiver uma conscientização sobre o descarte correto do lixo e os problemas que este pode causar, o que gerou uma contradição, pois eles sentem a necessidade da retirada do lixo mas não agem ativamente em prol desta causa.

sábado, 12 de novembro de 2011

Últimas Atividades!!!

A minha última postagem foi dia 1º de Setembro (há um tempinho, né), por isso vou tentar resumir as atividades feitas desde então.
Em 2 de Setembro, acompanhei uma consulta de enfermagem com o Guilherme. A paciente era diabética, então pude ver a realização de um teste de sensibilidade com monofilamento.
No dia 6 de Setembro eu participei da Reunião do NASF da equipe amarela. A reunião foi mais para a "formação" dos profissionais sobre Parkinson e Alzheimer. A profissional que coordenou a reunião montou um jogo para que todos pudessem discutir e entender as diferenças e semelhanças sobre as duas doenças.
Dia 16 de Setembro fiz parte da reunião da própria UBS. Nela, a gerente deu alguns informes sobre assuntos como pequenos furtos, atestados médicos, declarações, etc. Falou um pouco da Emenda Constitucional 29, e da importância de colocar informações completas e corretas nas planilhas. Após esse primeiro momento, houve a apresentação dos indicadores do mês. Para finalizar, duas outras profissionais realizaram uma dinâmica com o objetivo de mostrar a importância da comunicação.
A partir do dia 23 de Setembro, começamos a discutir o nosso projeto com Adolescentes. Desde então digitalizamos o cronograma, metodologia e os objetivos a serem cumpridos, montamos o questionário, e no dia 4 de Novembro fomos aplicá-lo na primeira escola (Rosa Bonfiglioli).
Os alunos participantes não eram da faixa etária que gostaríamos de trabalhar, mas apesar disso, eles responderam sem muita resistência. O único problema que eu percebi foi o fato de alguns deles não terem levado muito a sério, o que acarretou a algumas respostas em forma de brincadeira e piada e outras copiadas do colega.
E, finalmente, no dia 9 de Novembro aconteceu o debate na Faculdade de Odontologia com Roberto Gouveia sobre "Desafios atuais para a implementação e sustentação do SUS: a questão do financiamento". Achei o debate muito interessante e contagiante. O Roberto conseguiu passar de uma maneira divertida os problemas (principalmente políticos) envolvidos nessa questão do financiamento. A frase mais marcante do debate, para mim, foi: "A participação da comunidade é fundante do processo [criação do SUS]".

Então, a partir de agora o nosso foco e principal objetivo é trabalhar em cima do nosso projeto com os adolescentes e dar o melhor retorno (feedback) possível.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Atividades Recentes e Projeto

Olá!
Já faz algum tempo que não posto nada por aqui, e desde meu último post muitas atividades aconteceram, inclusive o início dos projetos que estamos desenvolvendo na UBS.
Eu e meus colegas do PET nos dividimos em grupos para trabalhar em alguma forma de intervenção nos problemas identificados em inquéritos feitos entre o final do ano passado e começo deste ano no Jardim D'Abril.
O projeto no qual estou envolvida está lidando com as necessidades dos adolescentes.
Antes de darmos início à intervenção em si, vamos fazer dinâmicas e aplicar um questionário em duas escolas públicas do Jardim D'Abril na tentativa de identificar quais são as principais necessidades e dúvidas dos jovens, para a partir deste ponto, pensarmos em uma intervenção e aplicá-la.
Na última sexta-feira (dia 4) nosso grupo foi à escola Rosa, onde fizemos a dinâmica do nó com alunos do sexto ano, aproximando-os de nós e deixando-os mais a vontade. Depois disso, aplicamos um questionário para eles, e aparentemente os alunos gostaram das atividades realizadas e interagiram bastante com a gente.
O único problema foi realmente a acústica da escola, como a Karina citou, porque tanto o pátio onde realizamos a dinâmica, quanto a sala de aula onde foi aplicado o questionário eram muito grandes e a comunicação se tornou um pouco complicada.
Estou gostando bastante do projeto e estou ansiosa pela próxima etapa!
até a próxima ;)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Visita à Escola Rosa

Olá a todos,


No dia 04/11, fomos à escola aplicar o questionário sobre adolescentes com os alunos do 6º ano (entre 12 e 14 anos).
A atividade foi bem tranquila, apesar da dificuldade de comunicação, devido à acústica da escola.
Primeiramente foi feita uma dinâmica para aproximação dos alunos PET e preceptoras com os alunos do 6º ano. A dinâmica foi bem sucedida, os alunos se divertiram e ficaram mais abertos para cooperar com a nossa pesquisa.
O questionário foi aplicado em aproximadamente 30 alunos.
Admiro os professores que dão aula para adolescentes dessa idade, principalmente, naquela sala de aula com a acústica terrível e os alunos um pouco bagunceiros e barulhentos.

Início das atividades com os adolescentes no colégio Rosa Bonfiglioli

Aguardo relatos de Caroline, Crislaine, Karina, e Matheus.











quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Crenças e valores dos adolescentes acerca de família, casamento, separação e projetos de vida", Adriana Wagner; Denise Falcke; Eliane Böttcher Duarte Meza. Pontifícia Universidade Católica - RS.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721997000100011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Próximas atividades

Olá, pessoal!

Como já postado aqui por nossa tutora Simone, nosso encontro passado foi riquíssimo!
Sentimos que vocês estão aproveitando bastante as experiências na UBS e estamos aprendendo muito sobre o SUS.
A partir de agora, iniciaremos um novo ciclo: as discussões dos temas dos eixos definidos para pesquisa!




abraço,
Carol

Grupo Viver Bem - dia de Bingo (fotos do Eduardo)






quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Consultas...

Na sexta passada, dia 26 de agosto, pude acompanhar uma consulta de enfermagem, com a enfermeira Isis, e uma consulta médica, com o Dr. Carlos. Ambas as consultas seguem o mesmo "padrão", ou seja, o profissional abre o prontuário do paciente e anota todas as informações possíveis, primeiro realizando perguntas e depois avaliando fisicamente.
O motivo da consulta de enfermagem foi o acompanhamento feito em crianças. A enfermeira fez uma série de perguntas à mãe, e após avaliar a criança e anotar tudo no seu prontuário, deu várias orientações para a mesma. As anotações feitas desde o primeiro minuto da consulta serviu para que ao final a profissional pudesse avaliar o desenvolvimento da criança através de uma tabela pré-existente.
A consulta médica que acompanhei foi simples. A paciente queria apenas um atestado para realizar atividade física. E como já dito que as consultas tinham formas parecidas, o médico fez várias perguntas, avaliou a paciente, sempre anotando tudo, e ao final concedeu à menina o atestado, sendo que este estava escrito de maneira clara e concisa tudo aquilo que o profissional tinha "autorizado".
Pude perceber que as duas consultas são muito semelhantes e a diferença que eu notei é simplesmente na receita. Ou seja, o enfermeiro tem limitações ao prescrever um medicamento, mas a consulta em si é feita da mesma maneira que um médico.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Agendamento de consultas e reunião do NASF

Hoje participei do agendamento de consultas com a médica Ana Paula. Foi muito interessante ver que a maioria das pessoas entendeu o motivo daquele procedimento e os critérios para a ordem de chamada. O processo foi rápido e percebi que algumas pessoas confundem problemas que levam ao agendamento de consultas com outros que devem ser atendidos na demanda espontânea. Fora isso, o processo foi bem tranquilo.
Após o agendamento, acompanhei a reunião relacionada à saúde mental do NASF. Hoje ficou mais claro para mim que não são discutidos apenas casos relacionados à saúde mental, mas alguns que necessitam da avaliação da Fisioterapia, TO, Psicologia e Nutrição. Foram discutidos seis casos bem diferentes. Em um deles há a suspeita de demência alcoólica e foi muito legal a discussão e esclarecimento deste tipo de doença. Em todos os casos a conduta foi discutida e também quais profissionais iriam agir diretamente com aqueles usuários. O último caso era atendido por duas alunas do PET- Saúde Mental e elas relataram os atendimentos e a equipe refletiu com elas sobre o que está acontecendo e sobre futuras intervenções.
Particularmente acho muito rica esta reunião e é possível aprender muita coisa com os outros profissionais. É uma troca efetiva e sinto um olhar do paciente como um todo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Consultas médicas - PSF e demanda espontânea

Olá a todos,


Hoje, dia 26 de Agosto, acompanhei 3 consultas médicas: uma da área verde, com a médica Madalena, uma da área amarela com a Carol e outra da demanda espontânea também com a Carol. De maneira geral, pude observar nas consultas médicas os princípios da longitudinalidade e da resolutividade.


Na consulta da Dra. Madalena, percebi que além do histórico, a médica também conhecia a história da paciente. Era uma fumante, com bronquite, sentia falta de ar com o mínimo de esforço físico, ao manusear produtos de limpeza e também reclamou da mudança de tempo. A Dra. notou uma melhora significativa no quadro clínico da paciente (resolutividade) auscultando seu peito, passou orientações novamente e disse que se houvesse necessidade, poderia fazer o encaminhamento para um pneumologista (Referência).


Na demanda espontânea, um idoso cadeirante, acompanhado pela esposa, apresentava infecção bacteriana na pele próximo ao pé direito; a Dra. Carol já o havia atendido há dois dias, aplicou uma injeção de penicilina e ele foi para casa. Hoje, ele voltou pois teve diarréia, sua esposa preocupada achou que foi alguma reação alérgica, mas a Dra. explicou que foi apenas uma reação ao antibiótico (mudança da flora intestinal). Notou uma melhora no estado clínico dele (resolutividade), apesar disso, era necessário que o paciente estendesse as pernas ao nível do peito para que auxiliasse na circulação e melhorar a eficácia do antibiótico. Esse casal não falava português muito bem, a esposa, porta-voz do marido, misturava frases em japonês e português e, a Dra. conseguia entender e ainda falou um pouquinho em japonês com eles. Arrasou!


Logo seguimos para uma consulta do PSF. A paciente teve anemia, e com a intervenção da Dra. Carol, nessa consulta ela já estava com o quadro clínico normalizado (resolutividade). A paciente reclamou do ganho de peso, colocando a culpa no feijão a mais que ela havia consumido. Ao final da consulta, perguntei à Carol se a paciente não poderia ser encaminhada à nutricionista do NASF, e sim, ela poderia se tivesse manifestado interesse ou se não tivesse apresentado melhora em seu estado clínico (para receber orientações sobre sua dieta).


As consultas são muito boas e eficazes. Parabéns às Doutoras.

Entrei no blog!

Olá,
espero que agora eu consiga comentar as atividades de vocês!!!
Quarta (24/08) tivemos uma reunião bem interessante, que eu chamaria mais de uma roda de conversa. Nesses momentos temos a oportunidade de fazer perguntas sem constrangimentos, e assim, cada um de nós inclui mais uma peça desse quebra-cabeças (em nossas próprias cabeças) que é o nosso Sistema de Saúde.
Legal que sempre a equipe procurava relacionar a experiência que os alunos tiveram na Unidade com os princípios do SUS, mostrando, como se aplicam na prática, cada um dos princípios e diretrizes. Falamos da contra-referência, integralidade, universalidade e também dos convênios, do acesso, do caso da Santa Casa de Belém....Enfim, espero que todos tenham aproveitado o momento e sempre procurem, ao ler/ver notícias/comentários sobre o 'SUS', pensem nesses profissionais que se doam para melhorar a situação não só da saúde da população mas do próprio sistema.
Abs a todos, Simone

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tarefas realizadas no decorrer do PET

Venho aqui postar as experiências que tive no decorrer das minhas visitas à UBS, e que devido à problemas com o blog não consegui fazer antes.
Em minha primeira visita ao Jardim D´Abril, fiz com a Kamila o reconhecimento primeiramente da própria UBS e parte de seus funcionários, para depois fazer o reconhecimento do território.No decorrer do caminho, pude conhecer um pouco mais a fundo a estratégia de divisão da região em areas e subareas, e assim, conversando com minha preceptora acabei compreendendo melhor o funcionamento da estratégia saúde da familia. Nesta atividade, o que mais me chamou a atenção foi o contraste existente entre grande parte da comunidade e as regiões mais valorizadas, como o parque do principes.
Por fim, acabei no mesmo dia indo visitar o grupo de hipertensos da equipe verde, ao lado da UBS.Apesar de pouco movimentado no dia, conversando com a Kamila pude entender melhor o funcionamento e a dinâmica dos grupo, e assim, vincular a importância da formação dos mesmos para melhor divulgação do conhecimento e assim sua contribuição na promoção à saúde.
Em minha segunda visita à UBS,realizamos a atividade sombra.Com essa atividade, pude acompanhar de perto o atendimento na demanda de uma senhora que havia levado sua sobrinha devido à uma queixa de dor de garganta.A principio,a senhora precisou fazer o cadastro da menina, e no decorrer deste processo pude fazer algumas perguntas quanto ao atendimento e em relação à procura dos serviço de atenção básica quando houvesse demanda de necessidade.A partir dessas perguntas, ela se mostrou satisfeita quanto à efetividade do serviço na resolução da problema, porém se mostrou insatisfeita com a demora nos intervalos de procedimentos entre as consultas com auxiliar de enfermagem, enfermeiros e médicos.Após a passagem com a enfermeira, foi constatado que a menina estava com a garganta inflamada, e no intervalo entre a consulta com a enfermeira e a consulta com o médico houve uma espera de aproximadamente uma hora e meia.
Dentro desse longo intervalo, tive a oportunidade de conversar com diversos profissionais dentro da unidade.Dentre esses, conversei primeiramente com uma auxiliar de enfemagem, que pode me explicar um pouco sobre a profissão e assim me esclarecer o seu papel dentro do contexto da UBS. Depois de conversar com a auxiliar de enfermagem, pude conhecer um pouco do serviço dos agentes comunitários, que assim puderam me explicar um pouco da importância de seu papel na criação de um elo de comunicação entre aa UBS e a comunidade.
Por fim, acabei não conseguindo acompanhar integralmente o usuário desde a entrada até a saída, não conseguindo nem a menos entrar com a senhora na consulta com o médico, que por sua vez demorou para atende-lá devido á uma reunião que até minha saída não havia acabado.Apesar de todo o tempo de espera,o caso da menina não era grave o suficiente para exigir a disponibilidade do médico fora do horário de consulta.
Em minha próxima visita, acompanhei a auxiliar de enfermagem Camila até um dos grupos, aonde iria ocorrer uma atividade de entretenimento.No local do grupo, reuniram-se varias pessoas para jogar bingo,onde os vencedores poderiam levar um brinde que consistia em objetos de diferentes naturezas, desde sabonetes a tapperwares.Julguei importante essa visita ao grupo pois pude perceber e associar a atividade a outras dimensões do conceito de saúde definido pelo SUS que fogem do contexto bidimensional prevenção e cura e extrapolam para o conteúdo social, enfatizando a importância do estabelecimento de grupos que proporcionem simplesmente encontros entre as pessoas da comunidade.

Visitas de Enfermagem

Quinta-feira passada, 18/08, novamente acompanhei um grupo de hipertensos e diabéticos de uma micro-área diferente dentro da área verde, neste dia a enfermeira Kamila assumiu como a "responsável técnica" na ausência da drª Madalena, assim como na postagem anterior, a equipe de odontologia da UBS ministrou uma palestra correlacionando a diabetes e a odontologia e ao término distribuiu-se escovas e fio-dental. Algo interessante que pude observar neste grupo, foi um menor público porém mais jovem e mais participativo e dinâmico durante a palestra.

Além de acompanhar o grupo em questão, pude participar de visitas de enfermagem. Primeiramente visitamos uma senhora a qual possui uma doença rara e que não tem o habito de ir a Unidade,trata-se de uma velha conhecida da equipe do posto, se queixava de tudo, de acordo com ela o remédio "bom" e que a doutora não passou mais é um antibiótico, se dependesse dela tomaria todos os dias por tempo indeterminado, vejamos ai a ingenuidade e a falta de conhecimento de um leigo, haja vista que insistentemente a enfermeira Kamila alertou a paciente sobre tal medida e os perigos do medicamento, mas senhora é dura na queda e não dá o braço a torcer. Durante a visita e a troca de informações entre a equipe e a senhora, fui apelidado de "tio" por duas criancinhas, creio que são netos da paciente, neste episódio engraçado me mostraram todos os seus brinquedos e tive que entrar na diversão e distraí-los, ou será que foi ao contrario?

Por fim, ao término desta visita nos dirigimos para realizar uma outra, sendo esta ao puerpério, primeiramente o cenário em questão era totalmente contrastante, agora nos deparamos com a "comunidade" carente, nós entramos em um pequeno portão/porta e dentro deste terreno vimos uma construção totalmente irregular, aleatória e porque não dizer precária, devido as condições imaginei que neste pedaço de terra moravam umas 8 famílias, mas de acordo com a ACS alí moravam 'apenas' 16 famílias, é de causar espanto, mas o melhor estava por vir.
A recém mãe nos chamou para entrarmos em sua casa, esta creio que não passava de 9 m². A mãe tinha apenas 19 anos, e a menos de um mês teve a criança, mas esta tem outro filho de 4 anos o qual mora coma avó materna. A enfermeira Kamila adota todos os procedimentos básicos de análise e orientação a recentemente mãe, durante a visita chegou o pai, este segundo a mãe não mora com o filho, o homem se mostrou bastante interessado e disposto com relação ao seu filho, creio que fruto da maturidade, já que aparentemente este teria pelo menos 20 a 25 anos a mais que a mãe da criança, ou seja, mais que o dobro.
Realmente aquela situação é bastante chocante para aquele pequenino ser, que sem ter culpa de nada sofrerá em meio aquelas condições as quais seus pais e familiares estão envolvidos, e então eu me pergunto, de quem que é a culpa?


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Acompanhamento do trabalho na Farmácia e Vacinação

Olá a todos,


Nessa sexta-feira, dia 19/08 fui acompanhar as atividades da farmácia e da vacinação. Ambos setores são muito bem organizados e bem monitorados. 
Na farmácia é usado o GSS (Gestão de Sistemas de Saúde). Sistema que integra informações dos usuários das farmácias da UBS para retirada de medicamentos. Esse sistema registra todas as saídas dos medicamentos e está integrado entre todas unidades básicas de saúde do estado de SP; desse modo o controle dos medicamentos fica muito mais confiável.
Para retirada de antibióticos mantém-se a segunda via da receita médica e para retirada de psicotrópicos mantém-se a receita original, aumentando ainda mais o controle sobre os mesmos.


No setor de vacinação mantém-se arquivos do histórico de vacinação de crianças de zero a quinze anos, para que haja controle e acompanhamento da imunização das crianças do território da UBS Jd. D'Abril. Achei esse sistema de arquivamento um tanto quanto rústico e inadequado. Pela enorme quantidade de dados, além de ocupar muito espaço, esse sistema de arquivamento não é prático, pode-se perder dados muito facilmente; um sistema informatizado seria uma opção muito mais prática e moderna.
Usa-se mapas para controlar a saída de vacinas, registrando quais vacinas foram dadas, para quantas pessoas e qual a faixa etária, diariamente. E no final do mês, a quantidade de vacinas dadas, quantas foram entregues a UBS e quantas foram perdidas, deve apresentar dados exatos; a soma das vacinas perdidas e dadas deve ser igual a quantidade de vacinas entregues a UBS.
As vacinas são mantidas sob refrigeração controlada rigorosamente. É feita a mensuração da temperatura dos refrigeradores três vezes ao dia, esta deve ser de 2 a 8º C. Há bastante cuidado com a viabilidade das vacinas; se por acaso houver queda de energia e a temperatura dos refrigeradores aumentar muito, todo lote é enviado ao laboratório para passar por testes para saber se a vacina deve ser descartada ou ainda pode ser aplicada em algum paciente.


De modo geral, esses dois setores são muito bons e de muita eficácia.


Obrigada!



Grupo Bem Viver

Eu tive a oportunidade de acompanhar, no dia 12 de agosto, uma "palestra" de esclarecimento ministrada pela assistente social da UBS Jd D'Abril, realizada no espaço do Grupo Bem-Viver da equipe verde. Eu fiquei com a impressão de que esse momento foi muito importante para todos os presentes, já que a assistente conseguiu passar para a população, de uma maneira clara e objetiva, um panorama geral das bolsas e dos programas que os presentes tinham direito, tais como bolsa família, INSS, LOAS, etc.
O grupo, nesse dia, contava com mais de quarenta pessoas. Por um lado, notou-se que realmente havia um grande interesse sobre o assunto, por outro, tornou-se um ambiente desagradável, devido ao barulho e às questões trazidas em momento inoportuno.
Apesar desses detalhes, eu me surpreendi com a facilidade da profissional em esclarecer as dúvidas da população de uma maneira simples mas, ao mesmo tempo muito competente. Além disso, ela demonstrou muito a sua boa-vontade em ajudar as pessoas, o que muitas vezes falta nos profissionais. Ela se demonstrou muito disposta a ouvir, conversar e ajudar com todos os problemas que surgissem.
Ao final do dia, me surpreendi ainda mais quando fiquei sabendo de alguns trabalhos que ela faz, como por exemplo os trabalhos desenvolvidos na escola e algumas intervenções. Pude, nesse dia, abrir mais a minha mente com relação ao trabalho de uma assistente social.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Próximo encontro

Olá, pessoal!

Estamos aqui para lembrá-los da próxima reunião, que será na 4a-feira, dia 24 de agosto, às 16 horas, aqui na UBS.

Não deixem de ler os textos, que serão essenciais para nossa discussão.

Se alguém não recebeu os textos, manifeste-se o mais rápido possível, para que possamos enviá-los a tempo de vocês os lerem!

abraço,
carol

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Reunião do NASF e Reunião da Equipe Amarela

No dia 9/08 participei de uma reunião do NASF sobre saúde mental. As agentes comunitárias traziam os casos que gostariam de discutir, assim como os outros profissionais e eram feitas trocas de pontos de vista e de conhecimento de cada área representada pelos profissionais ali presentes.
Achei realmente muito interessante como eram abordados os casos e como a TO e a psicóloga tentavam trazer o contexto de vida da paciente para que se pudesse entender suas ações e modos de se colocar no mundo. A médica, a TO, a psicóloga, as agentes de saúde e as estudantes pensaram juntas um plano de conduta para o caso discutido e formas de que o mesmo seja colocado em prática de maneira efetiva e de acordo com as possibilidades e limitações da usuária.
Para mim, que faço graduação em psicologia foi muito rico e interessante participar desta reunião e considero esta interdisciplinaridade fundamental para se pensar os casos de forma mais abrangente!
Após esta reunião, participei da reunião da Equipe Amarela, com a médica Carol e seis agentes comunitárias. Nesta, a médica passou para as agentes dadas de consultas que foram alteradas, agendou visitas, as agentes trouxeram casos novos e ocorreram algumas discussões sobre as situações dos pacientes.
Fiquei impressionada com a correria que os profissionais precisam estar para dar conta de tudo. Realmente acredito que há uma demanda muito grande para os mesmos. Este meu incômodo surgiu a partir de uma usuária que entrou na sala de reuniões e foi muito mal educada com a médica, pois afirmou que estava esperando há muito tempo para seu filho ser atendido na demanda. Aquilo me incomodou muito, pois eu vi o trabalho que é discutir cada caso e o cuidado que os profissionais têm com os usuários e naquele momento o discurso daquela mulher ia contra tudo isso.
Claro que é possível entender o desespero daquela mãe, mas para mim era visível que a equipe faz de tudo para conseguir dar conta e atender bem todos os pacientes.
Fiquei um tempo na sala de espera e acompanhei a revolta de outros usuários com o caso. Eles diziam que “médico é para atender e que não pode fazê-los esperar devido à reuniões” (sic). Achei muito positivo que uma das funcionárias, muito educadamente, explicou a necessidade das reuniões e disse que eles poderiam ter voz para os incômodos que estavam expondo em uma reunião que é aberta para eles. Deu todas as informações.
Acredito que é só quando as pessoas tiverem consciência de como funciona o serviço e da necessidade de cada ação é que elas poderão compreender melhor como as coisas funcionam e as possibilidades e limitações do serviço. E neste espaço, também podem reivindicar por melhorias no sistema de saúde. Esta funcionária respondeu aos insultos com uma possibilidade de educação e de informação sobre os direitos desses usuários. No meu ponto de vista, foi uma ótima atuação!


domingo, 14 de agosto de 2011

Temas importantes.

No dia 12, acompanhamos o trabalho da Sra. Amara, a única assistente social da UBS, na associação bem-viver, pertencente a área verde. Ela trouxe em pauta três importantes assuntos para sanar possíveis dúvidas da comunidade. São eles: bolsa-familia, loas e INSS.
Apesar das dificuldades sonoras do ambiente, pessoas falando ao mesmo tempo e das brincadeiras dos mais jovens, conseguiu-se com o passar do tempo melhor organização e uma série deperguntas personalizadas a para cada caso.

É lamentável o fato de 12 mil pessoas poderem ter acesso ao atendimento da assistente social da UBS e a agenda da Amara ser tão disponível. Poderiam aproveitar melhor este trabalho essencial em certos casos.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Turma de 6a-feira e Campanha de vacinação

Pessoal,
vocês estão de parabéns pelo comprometimento e interesse nas atividades, discussões, e postagens.

Não tinha pensado em envolver o PET nisso, mas como os alunos de hoje foram informados e convidados para a campanha de vacinação, que ocorrerá amanhã, abro o convite a todos.

A quem estiver interessado e disponível, a UBS estará aberta amanhã para a campanha de vacinação a partir das 8 horas, até as 17 horas.

Vocês podem passar aqui a qualquer hora durante este período para observarem as atividades.

abraço,
até a próxima!

carol










quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Rotina grupo de hipertensos e diabéticos, e demanda espontânea

A exatamente uma semana, dia 04/08, pude acompanhar o funcionamento do grupo de hipertensos e diabéticos de uma das micro-áreas da região verde. Neste dia estavam presentes a auxiliar de enfermagem Camila, e a médica responsável pela área verde, drª Madalena.
A principio observei que existe uma boa assiduidade deste público, este é formado basicamente por idosos. Assim que chegam ao grupo, são identificados por carteirinhas, e após alguns minutos é feito a aferência de suas respectivas hipertensão arterial e glicemia. Demonstraram bastante descontração e bom humor. Neste dia presenciaram uma breve palestra/apresentação da equipe de saúde bucal da unidade, esta consistia em uma das etapas de um circuito de palestras ministradas aos grupos, neste dia o tema central foi a relação da diabetes e a odontologia. Ao fim da apresentação a técnica de saúde bucal, Verônica, e a a dentista drª Myrtes distribuiram kits com escova e fio dental aos ali presentes.

Por fim observei que alguns dos presentes podiam fazer a troca e renovação de receitas médicas, uma boa e inteligente maneira de facilitar o atendimento, e também desafogar e causar menos transtorno e incomodo aos pacientes e profissionais.
Posto fim ao grupo, acompanhei a enfermeira Kamila em seu dia-dia na 'demanda espontânea', naquela data, as variações de temperatura e umidade do ar eram constantes, e em três casos o diagnostico foram iguais, apenas resfriados, foi apresentado o devido tratamento e encaminhado para ser feito inalação a fim de amenizar os sintomas e incômodos questionados, além destes casos comuns, acorreu uma 'emergência', uma garota aos brincar no recreio da escola, pisa em um arame bem espesso e curvo, semelhante a um anzol, o artefato penetrou em seu calçado e daí constatou-se a queixa da paciente, de imediato objetivou-se remover o calçado e o artefato, porém por não ter instrumentos adequados e a paciente estar em estado de nervos, bastante espantada e com queixa de dor, chegou-se em um consenso junto com as médicas e enfermeiras alí presentes, que o melhor a ser feito seria encaminhá-la a um pronto socorro, onde os devidos cuidados seriam tomados, por fim a mãe e familiares acatou as informações e se dirigiram ao hospital. Neste ultimo caso, algo que causou espanto e até mesmo indignação aos envolvidos no caso, foi que pelos relatos da paciente, este não foi o único caso que aconteceu na escola, e que mesmo assim nenhuma providência foi tomada por parte da direção da escola, lembrando que esta estava em reforma e artefatos como aquele estavam dispersos por toda área, segundo as informações da paciente.

Terça feira, 09/08, juntamente com a drª Ana Paula realizei uma das tarefas mais importantes, o reconhecimento do território, e foi nesta atividade em que pude verificar com meus próprios olhos as informações e relatos apresentados pelos demais colegas do PET. E interessante e até mesmo revoltante ver que em uma determinada área encontram-se realidades distintas, enquanto muitos sobrevivem com tão pouco, atras de algumas arvores e/ou muros alguns desfrutam de uma vida bastante confortável perante ao arredor de seu "Oasis" particular.

Infelizmente esta é a realidade de nosso país, mas tenho fé que algum dia de nossa estadia nesse planeta, consigamos reverter os erros e atos que cometemos no passado, cometemos hoje e que estão por ocorrerem!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Artesanato.

Na última sexta, tive o prazer de conhecer a sede onde se realiza a reunião(encontro) do artesanato. Acompanhei a Dra. Myrtes (dentista), a qual me explicou a história, objetivos e passos a serem seguidos pelo grupo.
Além dos integrantes do artesanato, o espaço é dividido com as atividades da Psicóloga Barbára do NASF, que faz atividates recreativas e educativas com as crianças da comunidade. Os jovens estavam empolgados na confecção de colares no dia.
No bate-papo com a dentista, ela também me explicou sobre sua rotina dentro da UBS como funcionária do PSF, e também, das atividades que a TSB e ASB realizam.
Gostei muito de conhecer um pouco da minha área dentro da UBS, agora só falta acompanhar um dia prático de serviços pela equipe odontológica na cadeira e com o barulhinho do motor...!!
Obrigado Myrtes.

Atividade "sombra"


Na terça-feira, dia 2/08 realizei a atividade de sombra novamente. Pude acompanhar três usuários do serviço, um em consulta médica, outro na consulta odontológica e por fim uma consulta de enfermagem.
Antes de relatar cada uma, achei curioso um fato que aconteceu. Na terça passada estava na sala de espera e vi uma senhora sendo muito mal educada com um funcionário da recepção, devido à perda de seu cartão pela equipe e conseqüente atraso na consulta da paciente. Nesta semana, quando estava conversando com uma das pacientes que acompanhei, esta mesma mulher veio falar comigo e me perguntou se eu atendia em ambulatório naquela UBS. Expliquei que faço um outro estágio naquele local e ela me disse que é muito ansiosa e nervosa e que faz acompanhamento psiquiátrico, mas que também gostaria de fazer acompanhamento psicológico. Orientei a mesma sobre as possibilidades, uma vez que faz acompanhamento no HU. Claro que não podemos justificar o jeito como ela tratou aquele funcionário naquela ocasião, mas acredito que esta usuária evidencia questões importantes que ela tem e que influenciam no seu jeito de ser com as pessoas.
A paciente que passou em uma consulta médica tem 52 anos, veio até a UBS sozinha e utiliza os serviços da mesma com freqüência. Marcou esta consulta para fazer uma mamografia, pegar uma nova receita dos medicamentos de pressão e ver algumas verrugas que ela tem no pescoço. A médica explicou para ela que ela já tinha uma consulta agendada seguindo a necessidade dos exames e que a receita ela poderia retirar sem passar na consulta, uma vez que eles a acompanham com freqüência. Com relação às verrugas, as causas das mesmas foram explicadas e foi pontuado que elas não causam nenhum mal à saúde. Mesmo assim, ela preferiu tirá-las e a médica a encaminhou para um outro profissional especializado na área.
Na consulta odontológica acompanhei um menino de cinco anos. Enquanto esperávamos a consulta falei com uma prima dele que cuida do menino e tem 17 anos. Ela estava com sua filha de 8 meses. Foi muito estranho ver quatro crianças que estavam juntas sendo cuidadas por uma adolescente. Segundo ela, é ela quem traz eles para as consultas e ela utiliza a UBS para tudo que precisa.
O menino deixou a dentista fazer os procedimentos sem resistência, característica ressaltada pela profissional como rara em crianças desta idade. Fez um tratamento de canal e uma restauração e teve alta desta especialidade.
Ele estava com roupas sujas e as crianças que estavam juntas pareciam não ter os hábitos de higiene necessários.
Acredito que são pessoas que vivem em área de maior vulnerabilidade e eu fiquei preocupada ao ver toda aquela situação.
A última paciente que acompanhei foi uma gestante de 19 anos. Ela havia passado com o médico e conseguiu um encaixe para a consulta de enfermagem. Estava ela e seu namorado, de 18 anos. Segundo ela, é a primeira vez que ele a acompanha em uma consulta, pois todas as outras vezes estava trabalhando.
Ela demonstrou não saber para que servia este tipo de consulta e se mostrou um pouco impaciente pela demora do atendimento (cerca de uma hora). Durante o atendimento se mostrou preocupada com sua gestação e demonstrou sua tentativa de seguir todas as recomendações. Engordou quase vinte quilos e isso pareceu preocupá-la. Está visivelmente ansiosa com a proximidade do nascimento de sua filha e com certeza isso aumenta sua vontade de comer, principalmente alimentos mais calóricos.
Neste dia o que mais me incomodou foi a adolescente cuidando de outras crianças e a falta de noções básicas para isso. Fiquei pensando como será o futuro destas crianças e não consegui imaginar formas imediatas para mudar esta realidade.

domingo, 7 de agosto de 2011

Sombra (Profissionais)

Na sexta passada, 05 de Agosto de 2011, eu acompanhei a triagem da demanda espontânea feita por auxiliares de enfermagem, a coleta de papanicolau (também feita por uma auxiliar de enfermagem) e uma consulta médica da Dra. Caroline da equipe amarela.
A triagem tem por objetivo básico verificar os sinais e sintomas. Para isso, o profissional tenta retirar do paciente o máximo de informações possível: perguntando o que sente, há quanto tempo, a descrição do sintomas, etc. Além disso, quando necessário, o profissional pesa, afere a pressão, mede a temperatura e a altura do paciente. Tudo isso é feito com o prontuário do paciente ao lado do profissional, para que ele possa e anote tudo o que for necessário. Eu achei que os auxiliares fizeram triagens rápidas e sem dar muita atenção aos pacientes. Apesar disso, os profissionais demonstraram muita eficiência.
A coleta de papanicolau é rápida, o que mais demora é a anotação que a auxiliar tem que fazer em três papéis diferentes, além da lâmina. Gostei muito da atenção da profissional ao notar que o prontuário da paciente estava errado. E achei que a sala poderia estar com os materiais completos, pois estava sendo usado aventais descartáveis para cobrir a "maca".
O que me surpreendeu nesse dia foi a complexidade da consulta médica. Foi uma consulta bastante completa realizada sem pressa pela médica. Pelo contrário, a Dra. foi além da "simples" queixa que a paciente trouxe, ela conseguiu fazer um panorama da vida da paciente.

"Atividade Sombra" agora acompanhando Farmacia e Sala de Vacinas

Gostaria de fazer o relato de hoje convidando os colegas e preceptores que não estiveram presentes em nossas conversas após as atividades a pensar algumas coisas:

Na Farmácia


  • A iniciativa de ajudar os usuários a se organizarem com os remédios com pequenos saquinhos com desenhos que ajudem a lidar com dificuldades de tomarem na hora certa foi idealizada e está sendo paga por um civil. Está é uma ação extremamente necessária e está na responsabilidade de um dos profissionais.

  • Por que as cartelas de medicamentos são dispensadas, na farmácia, sem a Bula? Sendo que nas caixas, junto às cartelas, são recebidas também bulas em numero equivalente ao numero de cartelas.

  • Psicotrópicos, remédios de receita azul (não sei qual seria o termo certo para o caso), mas é uma realidade que após a retirada de algum remédio do tipo a receita fica retida na UBS. E é uma realidade das farmácias brasileiras que possa haver falta de alguns medicamentos. Na falta de um dos itens contidos na receita, a pessoa perderá a receita após receber os medicamentos que a farmácia possuir. Resultado: a pessoa não poderá pegar a droga que faltou, pois não terá a receita. Neste caso é necessário a pessoa retornar ao médico, antes de pegar os medicamentos, para refazer a receita de forma a separar os medicamentos em receitas diferentes. Complicado?

Na Sala de Vacinas



  • É bom lembrar que crianças ou adultos ainda são pessoas e humanizar a aplicação faz-se extremamente necessário afinal é bem invasivo o procedimento para ser tão mecanizado.

  • Que respaldo terá um profissional que abre e prepara os materiais para fazer a imunização, fora da visão do cliente?

Espero que todos tenham a oportunidade de conhecer os setores da UBS e tirar suas próprias conclusões.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Sombra" em um dia atípico

Na última quinta-feira, 28/07 realizei minha atividade "sombra", uma boa oportunidade de compreender melhor e inteirar-se a realidade do 'dia-a-dia' de umaUBS e do sistema publico de saúde, obviamente que apenas esta atividade não retrata em totalidade as funções e o papel do Posto de Saúde, e sim nos da aporte a compreendermos um pequeno pedaço de sua magnitude.

Assim que eu e minha dupla chegamos para as atividades, nossa preceptora nos recebeu e explicou para nós oque iriamos realizar durante aquela tarde. Primeiramente, conversamos um pouco com o enfermeiro Guilherme, este nos informou sobre o funcionamento da Unidade e as atividades prestadas e oferecidas à população. Em seguida nossa preceptora Kamila nos apresentou a área física de toda a UBS, nesta atividade concretizamos o conhecimento aprendido anteriormente pelo 'bate papo' com o enfermeiro Guilherme. Após esta inserção e contextualização, demos início a atividade programada, a "Sombra".

Após visualizar a entrada da paciente , apresentei-me e obtive seu consentimento para realizar a atividade. Eram 14:40 quando uma senhora com uma criança de colo e um garoto adentram a unidade, estes se apresentam a recepção e fornecem o cartão de consulta, o recepcionista no momento, muito gentil, faz os procedimentos de praxe e direciona a paciente ao segundo andar/sala de espera. A paciente em questão se tratava de uma bela criança de apenas 1 ano e 3 meses, acompanhada de seu primo de 9 anos e sua avó, e seu atendimento era apenas uma consulta de rotina. Coincidentemente no ambiente da sala de espera, havia a reunião de um grupo destinado às mães e aos seus "bebês", muito interessante a ideia, pois as mães que por ventura estavam esperando o atendimento, ou até mesmo mães que que tinham algumas duvidas ou buscavam informações, obtinham ali um espaço propício para realizar este 'debate'/troca de informação, pois contavam com o apoio de um médico pediatra, e uma terapeuta ocupacional, nesta data em questão a fonoaudióloga estava em recesso, mas sempre estão estes três profissionais de 'plantão', este grupo e reúne sempre as ultimas 5ª feiras de cada mês, e enquanto as mamães conversam, seus filhos interagem entre si pois brinquedos são fornecidos, tornando bem agradável seu tempo de permanência no local.

Até o atendimento, conversei bastante com a avó da paciente, sua consulta estava marcada as 15:20, mas apenas as 15:45 a paciente é chamada. A drª Ana Paula, com tranquilidade realiza os procedimentos pertinentes como anamnese, tomada de medidas, peso e analise clinica. Por fim a avó da paciente contesta a médica, informando que observou um andar e uma pisada anormal da paciente, a drª mais uma vez se preocupa e realiza teste e analise clinica perante o questionamento da paciente, não observou nada de anormal, mas para se ter um diagnóstico mais preciso, pediu a ajuda e a opinião do pediatra que por coincidência naquela tarde estava na unidade, o dr Rodrigo gentilmente examinou a criança e não encontrou problema algum, e conjuntamente com a drª esclareceram e sanaram a dúvida da avó.
Por volta da 14:10 a paciente se ausenta da UBS, e demonstrou satisfação com o atendimento na recepção e durante a consulta, mas relatou um pouco de demora, afinal seu atendimento atrasou cerca de 20 minutos.

Por fim, esta atividade terminou com mais um 'bate papo' com nossa preceptora, que definitivamente sedimentou e firmou o conhecimento aprendido e a experiencia vivenciada naquela tarde. tarde esta que era meio atípica pois de acordo com os funcionários, o movimento na unidade estava bem tranquilo, o que me causou um pouco de estranhamento, pois não é isto que estamos acostumados a ver sobre o serviço de saúde público. Que pena, poderia ser todos os dias dessa maneira, onde a tranquilidade e calmaria estivesse presente na saúde publica, sinal que nosso sistema de saúde funciona perfeitamente e todos estariam satisfeitos!

Grupo de hipertensos e diabéticos

Achei muito interessante participar deste grupo com a médica Madalena e com a nutricionista do NASF. Fiquei surpresa com a quantidade de pessoas que participaram e considero muito positiva a idéia de medir a pressão e pegar a receita durante estes grupos, pois é um meio de fazer com que as pessoas participem da discussão.
O clima descontraído e a abertura para o diálogo propostos pela nutricionista foram essenciais para que houvesse a participação dos pacientes e para que eles tirassem suas dúvidas. Outra característica que penso ajudar na criação de um ambiente propício para este tipo de discussão é a idade próxima das pessoas, pois assim elas compartilham dos problemas comuns daquela fase da vida, além de terem uma rotina semelhante na maioria dos casos. Esta troca de experiência é muito importante, pois gera identificações, muito úteis para que um paciente siga o caminho bem sucedido do outro em direção à uma melhor qualidade de vida e à adesão ao tratamento.
Pelo que pude observar, muitos dos participantes não estão realmente dispostos a mudarem seus estilos de vida e brincam com os mesmos para amenizarem esta postura passiva com relação à necessidade de mudança que o tratamento demanda. Porém, alguns pacientes demonstram estar envolvidos em um processo de mudança de hábitos alimentares e mencionaram as dificuldades que sentem com relação à isso.
Qualquer processo de mudança é difícil e exige adaptações na rotina. Além disso, comer determinados alimentos tem uma representação emocional muito forte e também deixar de cozinhar como os pais e avós ensinaram, muitas vezes é uma mudança que eles não entendem o porquê precisam fazer, uma vez que são hábitos de uma vida inteira.
Acredito que seria interessante fazer algumas receitas com eles e também integrar o grupo de caminhada à este, uma vez que o exercício físico diminui a ansiedade, auxilia na perda de peso e traz benefícios para a saúde como um todo. Também poderíamos pensar em meios de motivar estas mudanças de hábitos, além de incentivar que mais pessoas falem sobre suas experiências.

Atividade “Sombra” e conhecendo o território.

No dia 19 de Julho acompanhei a consulta de quatro usuárias. Não as observei desde a chegada, uma vez que as abordei na sala de espera.
A primeira paciente tem noventa anos e passou por uma consulta com a fisioterapeuta, por indicação do médico que a atendeu. Segunda ela, nunca havia passado em uma consulta com este tipo de profissional na UBS e veio pois ligaram para ela.
Apesar de nunca ter feito uma consulta com a fisio, a UBS é o serviço de referência para esta senhora.
Sua queixa inicial é de dores nos braços, ombros e de perda de equilíbrio, mas ela teve dificuldade de expor as mesmas em um primeiro momento, afirmando que estava tudo bem. Acredito que ela não se apropriou do motivo que levou o médico à encaminhá-la e isso dificulta que ela tenha clareza do porque está ali.
Na avaliação da profissional ela percebeu que a bengala da paciente estava muito alta e que isso possivelmente gerava as dores citadas. Orientou para que ela cortasse a bengala na medida que ela marcou e participasse do grupo de caminhadas. A paciente não quis participar do grupo, mas disse que participa de uma massagem em outra instituição que a ajuda muito.
Achei muito importante que além da queixa central foram abordadas outras temáticas essenciais para entendermos como é o contexto que esta senhora está inserida e como este pode gerar conseqüências em sua saúde.
Ela mora sozinha e não tem filhos, apenas um sobrinho que a auxilia quando ela precisa. A paciente tem problemas de visão e de audição, fatores agravantes para ela andar sozinha pelas ruas. A profissional pontuou isto para ele e explicou tudo que falava com clareza, cuidado essencial para que a senhora realmente entendesse o que ela estava querendo dizer. Considero este cuidado e a exploração do contexto da paciente como alicerces para um bom atendimento.
A segunda paciente tem dezessete anos e estava aguardando para se consultar com a dentista. Veio outras vezes se consultar com a mesma profissional e elogiou muito o serviço e a facilidade de marcar consultas com os outros profissionais. Esperou menos de dez minutos para ser atendida e se mostrou muito satisfeita com o tratamento que está tendo.
Afirma que a UBS é utilizada por toda sua família e que se não fosse o dentista do local ela não saberia como se tratar.
Senti que ela tem um carinho e um respeito grande pelo serviço, uma vez que é tratada com respeito e sua demanda é resolvida sem que tenha que esperar um grande período.
As outras duas consultas foram da enfermagem com gestantes. Uma paciente tem vinte e dois anos e a outra vinte. Fiquei impressionada que a faixa etária realmente é relativamente baixa, evidenciando reflexos do social na forma de viver e de constituir uma família.
A primeira paciente estava grávida pela primeira vez e com dúvidas esperadas para esta primeira experiência. Pareceu muito preocupada e acredito que as orientações dadas pela profissional foram muito importantes para diminuir a ansiedade da paciente. Já a segunda paciente, já tinha outro filho e sua ansiedade estava mais relacionada ao incomodo que sentia com a barriga e a vontade que o bebê nascesse logo. Esta paciente não fez os exames pedidos e deu a impressão que ela não vê a importância que os mesmos têm, mesmo que tenha sido explicado diversas vezes para ela.
Ambas estão de nove meses e a enfermeira incentivou que elas amamentassem seus filhos, também mediu a pressão, escutou o coração do bebê, pesou, entre outros procedimentos.
Foi uma experiência muito rica participar destas consultas e ver o retorno positivo dos pacientes em relação ao serviço. Acredito que as consultas são feitas por meio de um olhar biopsicossocial e que as questões orgânicas não são as únicas a serem vistas.

Neste mesmo dia também conheci o território que a UBS abrange. Olhar o território fez muito sentido para eu entender como há demandas muito diferentes, dependendo da região.
O lixo nas ruas apareceu em quase todo o território, caracterizando-se como um problema sério da região. Por meio desta visita e também com a experiência da aplicação dos inquéritos acredito que as noções de higiene são relacionadas à pobreza, mas também à não educação desta pessoas sobre a importância de manter o local onde vivem e seu entorno limpo. Justamente por isso, é uma situação que apenas mudará em longo prazo.
Como já mencionado, a heterogeneidade do território é muito marcante, uma vez que lugares de maior vulnerabilidade se misturam com casas de médio e alto padrão. Diante disso, como pensar em ações que abranjam estas diferentes demandas? Sem dúvida as demandas das áreas de maior vulnerabilidade são mais básicas e urgentes, mas temos que visar fazer um trabalho com todos e atendê-los de forma igual. Achei interessante algumas família com maior poder aquisitivo utilizarem a UBS, pois é um grande equívoco pensar que é um serviço apenas para as classes sociais com menores recursos.

domingo, 31 de julho de 2011

Grupo de Crianças

Na sexta-feira 29 de Julho de 2011, no período da manhã, pude acompanhar o Grupo de Crianças. Nesse dia poucas crianças apareceram, cerca de 20, devido provavelmente à volta às aulas.
As brincadeiras feitas foram super legais e conseguiram integrar todos que ali estavam. O momento resgatava jogos "antigos" que precisam da participação de todos sem nenhum tipo de exclusão. Acho que isso é importante, principalmente pelo fato de que nos dias de hoje as crianças preferem jogos eletrônicos e que são jogados individualmente.
Apesar de ter sido um momento gostoso e agradável, penso que poderia ser feito de uma maneira diferente, como por exemplo o local ou o horário, pois todos estavam pegando o sol em um horário que não é recomendado.

Além dessa experiência, nesse dia tive a oportunidade de acompanhar o agendamento de consulta da equipe vermelha. Achei bem interessante a estratégia. O que me chamou a atenção foi o fato de estarem marcando consultas para setembro, pois apesar de os casos serem passados por uma "triagem", aguardar até o mês de setembro para uma consulta é esperar bastante.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Atividade Sombra

Na atividade "sombra", acompanhei uma Sra. que havia descoberto ser gestante a 15 dias através do exame de urina, o qual deu positivo. Ela teve a informação da possibilidade desse exame por meio de um agente comunitário que encontrou.

No encontro, ela relatou que veio à UBS JD. D'Abril buscar sua primeira consulta e orientação médica, pois estava sentindo dores que julgava não serem normais.

Foi atendida na recepção e sete minutos depois foi chamada para aferição de controles. Por ela não ter trazido o cartão SUS, foi subentendido pela gestante e por mim que não poderia ser feito o seu cadastro no programa Mãe Paulistana, o que verifiquei mais tarde que tinha uma solução. Podia ser pesquisado na recepção com o número do R.G. ou CPF o seu número SUS, o que foi feito no final da passagem.

Posteriormente à aferição dos controles, nós aguardamos por volta de uma hora e meia para sermos atendidos pelo enfermeiro Guilherme. Acredito que o tempo de espera se torne um ponto negativo, pois se corre o risco da desistência do atendimento pela gestante, o que quase ocorreu. Na conversa com o Guilherme, houve instruções e inforações sobre a gravidez, tal como o tempo e a estimativa da data do nascimento. A gestante também retirou ácido fólico para cerca de 60 dias, tomou vacinas e agendou a sua perimeira consulta com o médico.

Por ter relatado dores anormais gerando desconforto, foi atendida pela Médica Carol, a qual solicitou um exame de urina pela suspeita de infecção. Em seguida, a gestante foi submetida ao exame ginecológico para avaliação.

No geral, houve um bom atendimento, cordialidade e empenho no atendimento, porém, pode-se trabalhar no planejamento do tempo de espera e no treinamento periódico da equipe para cada vez mais melhorar o atendimento à população.

Agendamento de consultas e Reunião do NASF

Nesta quarta-feira, 27, acompanhei como é feito o agendamento de consultas, que ocorre em um dia na semana para cada área. O método utilizado é diferente, a chamada é feita em ordem decrescente de idade, o que evita filas na porta da UBS antes mesmo desta abrir. O agendamento é feito pelo médico, enfermeiro e um auxiliar de enfermagem da equipe. O usuário que quer uma consulta vai até a UBS e fala para o profissional o motivo da sua consulta, dependendo do caso é agendado uma consulta médica ou de enfermagem. Isto faz com que consultas desnecessárias sejam marcadas.

As consultas estavam sendo marcadas para daqui 1 mês, não achei um tempo de espera muito grande, e achei o método utilizado bom pois a consulta já é marcada com o profissional correto, e achei o agendamento é muito rápido.

Depois acompanhei o Enfermeiro Guilherme na demanda espontânea. Os casos que observei tomavam remédio todos os dias, porém não tinham tomado ainda o do dia, e muitos esquecem de falar quais que tomam, é preciso o enfermeiro perguntar se está tomando um certo remédio para o paciente falar. Na consulta de um senhor que estava com a pressão muito alta, e não ia à UBS há 2 anos, o enfermeiro não só reforçou o uso dos remédios mas também orientou sobre a alimentação e atividade física.

Ainda no mesmo dia acompanhei uma reunião do NASF, achei muito interessante a forma com que tratam os casos. Estavam presentes uma psicóloga, um pediatra, um educador físico, uma médica, uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e 5 agentes comunitários.

Nesta reunião eles discutiram alguns casos, a psicóloga e médica falaram de como foi a consulta com algumas pessoas ,e com a equipe toda discutiram quais as opções de tratamento que eles poderiam oferecer. Os casos eram depressão, ansiedade, envolvimento com drogas, entre outros.

A presença dos ACS é fundamental, ele conhece mais a família, então sabe se tal intervenção tem como ser feita nos casos, por ser da comunidade a confiança dos usuários nele é maior, por exemplo um caso que o jovem só admitiu usar drogas para o ACS, e para a médica ele negou.

Ao participar da reunião pude entender um pouco mais como o NASF se insere e como é o seu trabalho na UBS, a reunião é descontraída, cada um dá a sua opinião e é ouvido, para resolver os casos todos pensam em alguma maneira, dão ideias, comentam. Há uma grande interação entre os profissionais e também com os agentes comunitários, as decisões tomadas são em conjunto, sendo realmente um trabalho em equipe.

Conhecendo a UBS e o território/Atividade Sombra

Na semana retrasada, no dia 15/07, os preceptores nos apresentaram a UBS, mostrando onde cada departamento funciona, quais funcionários trabalham em cada um deles e como é o funcionamento geral da UBS.
Além disso, os preceptores nos deram explicações sobre o papel do SUS, qual a importância da ESF para a UBS e para a população do Jardim D'Abril, tiraram diversas dúvidas que eu e meus colegas tínhamos e pudemos discutir diversos assuntos relacionados ao atendimento da UBS.
Depois disso,uma van nos conduziu por grande parte do território de abrangência da UBS, mostrando nítidas diferenças sociais, que eu particularmente já conhecia,pois anteriormente já tinha feito um reconhecimento do Jardim D'abril juntamente com o grupo de trabalho na escola de enfermagem.Esse reconhecimento de mostrou essencial para compreender a população atendida pela UBS e suas necessidades.

Na sexta feira passada, dia 22/07, eu e meus colegas participamos da atividade 'sombra', na qual acompanhávamos um paciente durante todo o tempo que o mesmo permancesse na UBS. Assim, foi possível acompanhar todos os procedimentos necessários para o atendimento do paciente.

Eu acompanhei um senhor de 58 anos, que é diabético há 6. Desde que descobriu seu problema de saúde, fez acompanhamento na UBS e naquele dia foi a uma consulta que estava marcada para as 15 hrs. O paciente chegou por volta das 14h45min, esperou cerca de 20 minutos para o atendimento e sua consulta durou aproximadamente 15 minutos, o que em minha opinião são número muito razoáveis. Particularmente, fiquei impressionada com o pouco tempo de espera que o senhor teve até o seu atendimento e a qualidade de sua consulta,uma vez que o médico foi bastante informal e explicou detalhadamente o que o senhor deveria fazer para melhorar sua qualidade de vida.

A segunda pessoa que acompanhei era uma mulher com seu filho de 6 anos, que tinha uma consulta de rotina marcada com a pediatra. A espera deles para serem atendidos foi ainda menor do que a do primeiro senhor que acompanhei. A mulher e seu filhinho aguardaram apenas 10 minutos para serem chamados pela médica.
Durante a consulta, tudo correu muito bem, a mãe recebeu orientações sobre a dieta do filho, sobre os medicamentos, vacinação e além disso, a criança foi pesada, foi medida sua altura e outros dados importantes foram coletados com a mãe para acompanhar o crescimento do filho.

Achei a atividade sombra muito útil para entender como funciona uma consulta médica e mais do que isso, como funciona a recepção e o atendimento dos pacientes. Algo que já foi anteriormente citado, mas que a pena retomar, é que fiquei surpreendida com a pouca demora para que os pacientes fossem atendidos. Acho válido ressaltar, que como sempre passei em consultas médicas particulares e me acostumei a esperar horas para ser atendida, eu esperava que os pacientes fossem demorar muito mais para serem atendidos, o que não aconteceu.

Acredito que o PET Saúde ainda tem muito a ensinar a mim e meus colegas, e estou achando extremamente interessante e útil as atividades que já realizamos.

Muito obrigado.
Até a próxima!!!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Atividade sombra - dia 22 de julho










Reconhecimento do território e atividade sombra

Na primeira semana de PET, nós pudemos conhecer melhor a UBS Jd. D`Abril, o território e entender um pouco melhor o SUS e a Estratégia Saúde da Família. No reconhecimento do território fica evidente a heterogeneidade do local, onde um lado é ocupado por uma classe social mais elevada e outro é ocupado por pessoas com baixa renda, e de uma classe inferior.

Só de observar as diferenças físicas do território, como por exemplo a aparência da moradia, o material e o ambiente em que esta foi construída, é possível também entender que as necessidades dos indivíduos são distintas.

Já nesta segunda semana, realizamos a atividade sombra. Eu acompanhei uma senhora que chegou na UBS por demanda espontânea. Ela se queixava de dor e ardência no nariz e tosse. Primeiro aguardou 20min até ser atendida pela auxiliar de enfermagem que a atendeu bem, aferiu sua pressão e perguntou quais os sintomas. Depois de aguardar 1h25min foi atendida pela enfermeira que também perguntou os sintomas e receitou um soro para ser aplicado no nariz, porém não achei que ela explicou muito bem como usar o soro, e também percebi uma dificuldade para a paciente entender o que a enfermeira falava e vice-versa. A enfermeira não conseguiu resolver o caso dessa senhora, e a encaminhou para uma avaliação médica, ela aguardou 25min e foi atendida pela médica da sua área, que reforçou o uso do soro, mostrando melhor como usá-lo. A senhora ficou 2h20min na UBS, e seu caso foi resolvido.

Não achei que o atendimento foi demorado, o tempo de espera foi parecido com o de um pronto-socorro particular que utilizo. E também houve uma emergência no meio tempo, o que causou mais demora. Achei o atendimento dos profissionais muito bom.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Assistência de Enfermagem no Puerpério e Atividade "Sombra"

Durante a tarde do dia 19/07 acompanhei o Enfº Guilherme nas Visitas aos recém nascidos e suas mães. As visitas consistiam em uma análise dos bebês e das mães, da saúde, condições e cuidados com o bebê. É o primeiro contato dos dois com o enfermeiro do PSF após o parto (a consulta deve ocorrer em torno de 15 dias após o parto).


A consulta é bem humanizada, porém as famílias apresentam vínculo maior com o ACS do que com o Enfermeiro. As consultas me pareceram bem presas aos protocolos, o que para mim não é algo negativo.


Acho que é uma oportunidade interessante para os participantes do PET, dá pra ter um contato muito próximo com o trabalho de um dos profissionais da equipe da ESF.





Sobre a Atividade "Sombra", do dia 22/07, é mais difícil descrever os casos de cada uma das pessoas que acompanhei.


A primeira era uma senhora muito nervosa que chegou à UBS prucurando pelo Enfermeiro da equipe que atendia sua área, no caso era Guilherme. Ela desejava trocar um curativo feito no braço, por baixo de gesso, que hávia operado por ter quebrado. Ela conversou com Guilherme na recepção. Durante uma conversa ela me disse não conseguir respeitar os horários das consultas para acompanhamento. Quanto à questão de trocar o curativo, esta não pode ser resolvida, a UBS não tem um profissional capacitado para fazer o procedimento e responsabilizar-se por ele.


Ela passou 25 minutos na UBS, desde a entrada até saída.


A segunda senhora que eu acompanhei tinha uma consulta marcada com a médica da Equipe, Ana Paula, para receber os resultados de exames feitos anteriormente. A espera foi muito rapida, em comparação outras consultas que eu tenha conhecido, foram 25 min. Durante a consulta constatei que o vinculo médico-paciente tornou a conversa muito produtiva, fazendo que a consulta ainda que sucinta resolve-se a demanda da paciente.


Porém a paciente não se mostrava interessada em participar dos grupos, para melhorar suas condições de saúde.


A paciente queria mais exames de imagem para acompanhar a evolução de um problema na tireóide, visto que já fazia acompanhamento no Instituto do Câncer Dr. Arnaldo no qual faz os exames a cada 6 meses.


Para mim, os pacientes estão chegando ao serviço sabendo o que querem e desejam usar os profissionais para conseguir o que desejam, desrespeitando ao sistema da UBS.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Desafio

Olá a todos. É claro a diferença social na nossa área de trabalho e os grandes problemas encarados pela população. Acredito que passaremos por muitos desafios e experiências no PET, além de sermos cobrados pela resolução de possíveis situações encontradas. Já no 1º encontro, gostei muito de conhecer e entender um pouco do SUS, PSF, NASF e cia., tinha muita coisa que não fazia idéia.
O PET será uma experiência incrível para todos nós, podem acreditar..!!!

Atividade "Sombra"

Terça-feira – 19/07/2011

            Acompanhei 3 pessoas: uma senhora hipertensa e diabética que fez exame de eletrocardiograma; uma mulher com filha deficiente física e mental que tentou marcar consulta de retorno com a médica da área verde e também tentou pegar remédio na farmácia; e uma mulher cuidando da bebê de 8 meses de sua prima, a criança não mora no território.
           
Na UBS, os serviços prestados são de qualidade, porém parece executar pouco o princípio da equidade. O sistema se mostra bastante inflexível para com quem mais necessita. A mulher com a filha deficiente mora aparentemente em uma área de risco, e tem dificuldade para ir até a UBS e marcar sua consulta de retorno no dia e na hora em que deve ser marcada (área verde), ela passou por uma cirurgia para retirada do útero, devido a um câncer e precisa fazer a consulta de retorno, para saber se esse câncer não se alastrou para os ovários. A recepcionista apresentou-se bastante preocupada para resolver a situação, mas não podia fazer nada.
A outra mulher, com a bebê da prima, que não mora no território da UBS, precisou de uma inalação, prescrita por médico de fora da UBS e pode fazer sem problema algum. Essa mulher aparentemente não mora em área de risco, tem convênio e raramente utiliza os serviços da UBS.
A mulher da área verde, com sua filha deficiente também passou na farmácia da UBS para retirar o remédio (omeprazol) do marido que passou por consulta em outro médico no dia anterior. Ela não conseguiu o remédio, porque a letra do médico na receita estava ilegível, ao invés de estar escrito mês 7, parecia mês 4, e a receita tinha validade de 2 meses.
A senhora que foi fazer o exame foi atendida pontualmente, o exame durou 6 minutos, impresso na hora e anexado ao seu prontuário. Esse procedimento pareceu ser um pouco automatizado e não humanizado. O enfermeiro não pediu licença para levantar a blusa e roupa íntima da paciente e nem ao menos deu feedback do exame.
E por último, a mulher com a criança pra fazer inalação foi muito bem atendida.

Obrigada!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Inicio dos Trabalhos

É muito bom iniciar um novo trabalho, com novos objetivos, a favor de uma Comunidade. E acredito que este seja o intuito do PET SAÚDE na UBS Jardim D' Abril. Reunir a partir da diversidade de um grupo de estudantes e profissionais um conhecimento, e aplicar este para a realização dos Projetos dos Grupos. Isso tudo se voltando para o bem da comunidade.

No dia de hoje, 15 de julho, nossos passos iniciais foram dados, nosso conhecimento começou a tomar forma, ao conhecermos toda a estrutura e funções disponíveis na UBS e ainda o território ao qual estarão focadas nossas atenções às suas necessidades.

E o território? É difícil descrever todas as diferenças, acho que não houve um grande abalo ao ver de perto a diferença social naquele momento, pois já havia conhecido o território em visitas anteriores, durante aulas de uma das disciplinas dadas na Escola de Enfermagem. São gritantes as diferenças nas condições de vida, moradia em cada uma das partes do território conhecido.

Gostaria de terminar agradecendo aos preceptores Caroline, Cristiane, Guilherme e aos outros Funcionários da UBS, que nos receberam muito bem nos apresentaram as funções dos equipamentos presentes no local, e o Território.

Muito Obrigado!

Primeiro texto - Território

 Este texto foi também enviado por e-mail, em formato pdf.

A contribuição do conceito de território para uma gestão socialmente justa da cidade
Carlos Alberto José de Carvalho 1
1 Professor de Geografia do Colégio Equipe e da Escola Vera Cruz, São Paulo. http://www.geo.ggf.br


O movimento de renovação que a Geografia brasileira gerou nas últimas décadas produziu uma ampla rede conceitual que pode e deve contribuir para uma gestão socialmente justa da cidade e de seus recursos, somando esforços para corrigir as injustiças sócio-espaciais que caracterizam a cidade, o país e o mundo.

Neste artigo, procuramos encadear três questões que nos parecem indispensáveis para o entendimento dos territórios da cidade: o que é o território e como é produzido pelos agentes modeladores; como é utilizado e apropriado pelos diferentes grupos sociais e como geri-lo, democraticamente, visando a justiça social.

Territórios da cidade

A territorialização da cidade de São Paulo levada a cabo pela Prefeitura Municipal produziu uma regionalização com 31 territórios bastante heterogêneos entre si. A diferenciação entre esses territórios é expressão da desigualdade sócio- espacial, resultante da lógica que preside a organização da sociedade e a produção de seu espaço. O que explica tais diferenciações é o “fato de que em função da divisão social do trabalho, a cidade é antes de mais nada uma concentração de pessoas exercendo uma série de atividades concorrentes ou complementares,  o que enreda uma disputa de usos” (CARLOS, 2000). A análise do uso do território aponta para duas vertentes contraditórias, o uso produtivo do espaço da cidade, determinado pelas características do processo de reprodução do capital, e o uso residencial, incluindo os serviços essenciais, onde se dá a reprodução da vida social.

O uso do território e o território usado

Ao examinar as necessidades fundamentais e usos do território, podemos distinguir dois pontos de vista: “o do produtor que necessitará de equipamentos de infra-estrutura, de informações, de inovação, de amplas instalações e a do cidadão que se apropria do espaço em função das necessidades inerentes à reprodução da vida: o habitar e o trabalho, incluindo o lazer. Para isso, necessita de equipamentos de lazer, oferta de determinados bens e serviços coletivos, de cultura etc.” (idem).

A contradição entre os interesses do cidadão e das grandes empresas tem sido decidida em favor destas últimas, como se viu repetidas vezes na cidade, pois “a prática da modernização cria, no território como um todo, em particular nas cidades, os equipamentos, mas também as normas indispensáveis à operação racional vitoriosa das grandes firmas, em detrimento das empresas menores e da população como um todo” (SANTOS, 1993). Soma-se a isso os interesses de classes profissionais, de bairros, de tipos de proprietários, de grupos étnicos, de gênero, de opção sexual e, assim, temos como resultado a cidade corporativa de que fala Milton Santos, onde cada qual busca a satisfação de seus interesses corporativos, enfraquecendo as lealdades coletivas e impedindo a afirmação de sentido de comunidade, o que complica o exercício da cidadania e da democracia.

Direito à moradia digna

Num território onde a localização dos serviços essenciais é deixada à mercê da lei do mercado, tudo colabora para que as desigualdades sociais aumentem. (SANTOS, 1998)

Habitar é a necessidade primária e inadiável de qualquer indivíduo, empresa ou instituição. De fato, moradia digna é um direito fundamental garantido pelo artigo 6 da Constituição Federal, definida no parágrafo único, do artigo 79, do Plano Diretor Estratégico do Município, como “aquela que dispõe de instalações sanitárias adequadas que garantam as condições de habitabilidade, e que seja atendida por serviços públicos essenciais, entre eles: água, esgoto, energia elétrica, iluminação pública, coleta de lixo, pavimentação e transporte coletivo, com acesso aos equipamentos sociais básicos.” Entretanto, esse direito à moradia
digna é negado para mais de um milhão de moradores da cidade.

A produção de moradias em São Paulo produziu todo tipo de irracionalidade. A cidade abriga precariamente mais de um milhão de pessoas em 286.954 domicílios favelados, ao passo que 420.327 domicílios permanecem vazios, segundo o Censo 2000 do IBGE. O que explica a indiferença da sociedade a essa realidade é a ampla aceitação das desigualdades no acesso aos bens e serviços produzidos socialmente. A moradia é um desses bens, cujo acesso é controlado pelo mercado.

Aos agentes do mercado interessa unicamente a demanda daqueles que podem pagar; nesse sentido, as moradias dignas constituem um privilégio dos indivíduos endinheirados, ao passo que as precárias são produzidas para aqueles que foram excluídos do mercado, ou melhor, incluídos precariamente, apenas pelo consumo dos insumos básicos da indústria da construção civil. As moradias precárias não oferecem qualquer segurança, pois “os pobres
nem mesmo permanecem nas casas que fazem ou que lhe fazem. E não podem manter por muito tempo os terrenos que adquirem ou lhes dão, sujeitos que estão, na cidade corporativa, à lei do lucro” (SANTOS, 1998). Assim ocorreu com a população negra que vivia em cortiços no Bexiga, em bairros como Casa Verde, Limão, Vila Prudente, Ipiranga, Vila Formosa, expulsas e isoladas que foram nas periferias longínquas como Cidade Tiradentes, a versão paulistana da célebre Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

O território entre o lugar e global

Cada homem vale pelo lugar onde está: o seu valor como produtor, consumidor,
cidadão, depende de sua localização no território. (SANTOS, 1998)

O conceito de lugar é outra categoria geográfica fundamental para a compreensão do território. E é a partir de seu exame que se poderá tomar a complexidade das condições de vida dos indivíduos e dos lugares onde eles vivem como ponto de partida das políticas públicas (KOGA, 2003).

Para o entendimento dos lugares, tanto em sua situação atual como em sua  evolução, precisamos considerar o eixo das sucessões e o eixo das coexistências,(SANTOS, 2002), isto é, há que se ter em mente os eventos que atuaram sobre o lugar no suceder do tempo (tempo histórico) e os eventos coincidentes que são vividos em comum a cada instante (tempo como simultaneidade). Os eventos não atuam isoladamente, antes, constituem um complexo sistem de ações sociais que se desenrolam no tempo (histórico) e no espaço (simultaneidade).

Mas de onde partem as decisões que (des)configuram o lugar?

No período atual, o mundo é organizado em subespaços articulados dentro de uma lógica global (SANTOS, 1988), comandada por um motor único, a globalização. Tal articulação realiza-se por meio das redes2 que atuam seletivamente sobre o território, incorporando e modernizando determinados lugares no espaço geográfico. Em razão disso, os eventos são um produto do mundo e do lugar ao mesmo tempo; ainda que a decisão possa ter sido tomada em outro continente, a ação concretiza-se no lugar.

De onde parte a reação aos efeitos perversos da globalização, senão do próprio lugar? Para compreender a força do lugar diante dos processos de mundialização, tem-se buscado sua compreensão como a dimensão espacial do cotidiano. Amélia Damiani aponta dois sentidos na noção de lugar: “o de diferente, em relação aos lugares e ao mundo. O embate e a combinação que definem cada um. Outro é o da particularização, aquilo que separa esse lugar do outro: a segregação”. (DAMIANI, 1999).

Assim, é no decorrer de seu processo de construção que no território se imprimem diferentes marcas e características que diferenciam os lugares entre si, o que lhes confere uma particularidade, para a qual também os “costumes, os valores, as tradições são elementos que, no seu conjunto, estruturam a identidade de um lugar” (CALLAI, 2002) e, em outro sentido, levam à segregação imposta ou auto-imposta.

Quais são os novos significados do lugar no mundo atual?

A chave para o entendimento das metamorfoses do lugar pode ser buscada nas relações vividas em comum pelas mais diversas pessoas, empresas e instituições reunidas num dado  lugar. Pois é aí, onde o “cotidiano, como conjunto de atividades e relações, efetua-se num espaço e num tempo sociais: o lugar e suas temporalidades” (DAMIANI, 1999).

O cotidiano não é sem importância por se tratar de ações repetidas. Ao contrário, sua importância advém justamente por ser o local onde a ordem se impõe com toda a sua força. “Apesar das diferenças, o cotidiano se repete em mais de um lugar. Ele é a ordem do mundo, do Estado no lugar, atingindo a base desse lugar” (idem).

Em razão disso, a sociedade não se transforma sem alteração no cotidiano,  assim como pequenas mudanças no cotidiano podem transformar a sociedade.

A transformação social é possível porque o cotidiano não é apenas repetição, é também o lugar do novo, do inesperado. E como um evento nunca ocorre isolado, podemos esperar que uma ação inédita de um determinado ator social (engendrada num determinado contexto) possa desencadear transformações mais abrangentes, em sinergia com as ações de outros atores.

O cotidiano será, um dia ou outro, a escola da desalienação. (SANTOS, 1998).

2 Milton Santos ensina que as redes tanto têm uma existência material, que permite circular matéria, energia, informação e pessoas, quanto uma existência social e política, pelas mensagens e valores que as freqüentam.

A territorialidade e a apropriação do território

A interação entre homem e espaço é sempre uma interação entre seres humanos mediatizada pelo espaço. (RAFFESTIN, 1993, citado por SOUZA, 2000).

Para entender as estratégias que os grupos sociais geram para se apropriar do território, há que seguir a assertiva de Marcelo Souza quanto aos territórios serem antes relações sociais projetadas no espaço que espaços concretos, os quais são apenas os substratos materiais das territorialidades (SOUZA, 2000).

Como cada grupo social se apropria do território? O conceito de territorialidade refere-se às relações de poder espacialmente delimitadas e operando sobre um substrato referencial (idem). As instituições, as empresas e os mais diversos agentes sociais desenvolvem suas próprias estratégias de apropriação do território, suas territorialidades, freqüentemente justapostas sobre o mesmo espaço social, em razão do que explodem os conflitos.

Em sua forma reacionária tem-se o territorialismo, idéia derivada da territorialidade, em que o controle territorial é um imperativo para os grupos sociais, que assim promovem o fechamento do espaço social, recusando o acesso do outro. Os bairros da elite econômica apresentam alto grau de territorialismo; em muitos casos, seus limites são demarcados por muros, o acesso é controlado por agentes de segurança privada, a circulação é monitorada por circuitos fechados de TV e seus habitantes circulam de carros blindados.

Assim, procede-se a uma blindagem dos lugares que abrigam os indivíduos abastados da cidade. Mas também em bairros populares reproduzem-se seus próprios territorialismos.

Embora o brutal controle exercido sobre as favelas por grupos criminosos seja mais evidente no caso da cidade do Rio de Janeiro, o fenômeno repetese em outras capitais brasileiras, particularmente em São Paulo, onde o crescimento das favelas quadruplicou nos últimos 20 anos, totalizando 2.018 núcleos favelados que abrigam 1.160.590 de pessoas, segundo dados da Secretaria da Habitação (2000).

O território como disputa entre grupos antagônicos tem levado à desterritorialização
dos mais fracos.

A desterritorialização e a produção de aglomerados de exclusão

A desterritorialização, como inverso da territorialização, se produz no processo de desapropriação do espaço social, tanto do ponto de vista concreto como do simbólico. Lugares são desconectados dos circuitos integradores da sociedade capitalista: mercado de trabalho, consumo e cidadania. O resultado da desterritorialização é a multiplicação dos aglomerados de exclusão. Trata-se, segundo Rogério Haesbaert, de “espaços sobre os quais os grupos sociais dispõem de menor controle e segurança, material e simbólica”, lugares onde se produz o “anonimato, a anulação de identidades e a ausência praticamente total de autonomia de seus habitantes” (HAESBAERT, 2000).

Durante a década de 90, o aumento de moradores em habitação precária – favelados, encortiçados, residentes de domicílios improvisados e moradores de rua – foi maior que o crescimento da população total da cidade3.

A cidade contém diversos aglomerados de exclusão que podem ser classificados como transitório ou conjuntural, “por se encontrar atravessado por múltiplas redes ou territórios, recompõe constantemente o seu espaço, reinserindo  seus membros numa ordem dominada pela violência e pelo medo, geralmente de caráter ilegal ou clandestino, como ocorre algumas vezes nas favelas brasileiras subordinadas ao circuito do narcotráfico”. (HAESBAERT, 2000).

Em muitos desses lugares sobrepõem-se vários territórios e redes, do narcotráfico, dos presídios do Estado, conectados pelas centrais telefônicas clandestinas do PCC, das gangues de skinheads, das diversas torcidas organizadas, dos batalhões da Polícia Militar, das DP’s da Polícia Civil etc., o que faz do aglomerado de exclusão um território permanentemente contestado.

A gestão local democrática do território
A gestão local do território se faz em meio a uma complexa rede de relações que envolve diferentes grupos sociais, cada qual com seus interesses particulares e estratégias específicas.

Ainda que diferentes grupos sociais se apropriem do território (territorialização), apenas alguns deles são efetivamente modeladores do territórios. Para Roberto Lobato Corrêa (1989), o “espaço urbano capitalista – fragmentado, articulado, reflexo, condicionante social, cheio de símbolos e campo de  lutas – é um produto social, resultado de ações acumuladas através do tempo, e engendradas por agentes que produzem e consomem espaço. São agentes sociais concretos, e não um mercado invisível ou processos aleatórios atuando sobre um espaço abstrato”. Mas afinal, quem produz o espaço urbano? Quais são seus interesses? Como atuam para atingir seus objetivos? Corrêa descreve as estratégias e as ações concretas dos agentes modeladores do espaço urbano:

a) os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais, são grandes consumidores de espaço;
b) os proprietários imobiliários atuam no sentido de obterem a maior renda fundiária possível de suas propriedades;
c) os promotores imobiliários formam um conjunto de agentes que realizam as operações de incorporação, financiamento, estudo técnico, construção do imóvel e comercialização. Atuam no sentido de produzir habitações para a população que constitui a demanda solvável;
d) o Estado atua como grande industrial, proprietário fundiário, promotor imobiliário, agente de regulação do espaço e o alvo dos movimentos sociais urbanos. Mas é como provedor de serviços públicos que sua atuação é mais corrente e esperada;
e) os grupos sociais excluídos têm como possibilidades de moradia os cortiços localizados próximos ao centro da cidade, as casas produzidas pelos sistemas de autoconstrução em loteamentos periféricos, os conjuntos habitacionais produzidos pelo Estado, além da favela.

Das alternativas, as três primeiras exigem uma vinculação a um agente social, o que impede a essa população de se constituir em agente modelador do espaço urbano. É na produção da favela que os grupos sociais excluídos produzem o seu próprio espaço, mais que uma estratégia de sobrevivência, uma forma de resistência às adversidades.

A complexidade do território revela-se na existência de inúmeras interações entre agentes sociais, pautadas que são tanto pela cooperação como pela competição.

O território como campo da política

Quem tem poder de mudar o território? Se entendemos pela palavra poder o sentido dado por Taylor & Thrift, a capacidade de uma organização para controlar os recursos necessários ao funcionamento de uma outra organização (SANTOS, 2002), o Estado continua a ser o instrumento preferencial dos agentes que desejam interferir na gestão do território.

A gestão democrática do território requer dos gestores uma visão distinta da política, mais no sentido atribuído por Alain Peyrefitte, isto é, a política como a mobilização das energias individuais em torno de um objetivo comum, do que um fim em si mesmo. É a partir dessa compreensão da política que se abre a possibilidade de participação dos diversos movimentos sociais urbanos, mesmo distintos entre si, de virem a ser forças da mudança por meio de uma sinergia transformadora, com reais possibilidades de provocar alterações no território e na sociedade.

A autonomia das coletividades é outra condição para a transformação social. De fato, o controle significativo sobre o seu espaço vivido – o lugar – é decisivo para a transformação dos indivíduos em cidadãos e para a mobilização por um genuíno desenvolvimento (SOUZA, 2000).

A formulação das políticas públicas com foco no território deve ter como finalidade corrigir a extrema desigualdade sócio-espacial. Isso é quase um princípio para a ação, conforme enunciava o professor Milton Santos: “uma política efetivamente redistributiva, visando a que as pessoas não sejam discriminadas em função do lugar onde vivem, não pode, pois, prescindir do componente territorial. É a partir dessa constatação que se deveria estabelecer como dever legal – e mesmo constitucional – uma autêntica instrumentação do território que a todos atribua, como direito indiscutível, todas aquelas prestações sociais indispensáveis a uma vida decente e que não podem ser objeto de compra e venda no mercado, mas constituem um dever impostergável da sociedade como um todo e, nesse caso, do Estado” (SANTOS, 1998).

Afinal, o que está em jogo? O próprio cidadão está ameaçado.

“Mais do que um direito à cidade, o que está em jogo é o direito a obter da sociedade aqueles bens e serviços mínimos, sem os quais a existência não é digna. Esses bens e serviços constituem um encargo da sociedade, através das instâncias do governo, e são devidos a todos. Sem isso, não se dirá que existe o cidadão” (idem).

E vazio de cidadãos, o território é usado e abusado pelos fortes.


Referências bibliográficas
CALLAI, H. C. “Estudar o lugar para compreender o mundo”. Ensino de Geografia:
práticas e contextualizações no cotidiano. In: CASTROGIOVANNI, A. C. (org.) pp.
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CARLOS, Ana F. A. “Apresentando a metrópole na sala de aula”. A geografia na sala
de aula. In: CARLOS, A. F. A., (org.) São Paulo: Contexto, 2000.
CORRÊA, Roberto L. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989.
DAMIANI, A. L. “O lugar e a produção do cotidiano”. In Novos caminhos da
geografia, São Paulo: Contexto, 1999.
HAESBAERT, R. “Desterritorialização: entre as redes e os aglomerados de exclusão.”
Geografia: conceitos e temas, In: CASTRO, I. E., GOMES, P.C.C., CORRÊA, R.L.
(org.) pp.165-205. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
KOGA, Dirce. Medidas de cidades: entre territórios de vida e territórios vividos. São
Paulo: Cortez, 2003.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.
________. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.
________. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1998.
________. A natureza do espaço: tempo e técnica, razão e emoção. São Paulo: Edusp,
2002.
SOUZA, Marcelo. J. L. “O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento”.
Geografia: conceitos e temas. In: CASTRO, I. E., GOMES, P.C.C., CORRÊA, R.L.
(org.) pp. 77-116. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
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