quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Visita Domiciliar

A visita domiciliar é um importante equipamento da Atenção Primária, pois permite permear um pouco da realidade vivida pelo usuário da UBS.  Essa prática ocorre desde a Grécia Antiga, e vem sofrendo diversas  modificações desde então. No início o foco das visitas era a doença e o sofrimento. Atualmente, no SUS busca-se usar esse instrumento como meio de acesso as politicas públicas. Ao facilitar esse acesso, pessoas que muitas vezes não teriam condições de se locomover a um serviço de saúde, seja por restrições permanentes ou temporárias conquistam esse acesso. Porém a visita domiciliar não se restringe apenas a pessoas com dificuldades de locomoção, ela abrange também famílias em que é preciso entender os diversos condicionantes que interferem  na saúde do grupo. Isso é possível porque olhamos para a realidade do paciente, é possível planejar estratégias que melhor se adaptem a sua realidade, que sejam mais efetivas e possuam um significado, através de uma relação de cumplicidade.
Esse tipo de visita, pode ser realizado por diversos tipos de profissionais, de acordo com a demanda do paciente. É importante ressaltar que esse é um espaço muito rico para trabalharmos a interdisciplinaridade, pois permite a uma discussão abrangente do paciente, permitindo analisar onde cada profissional pode ajudar a família..
Esses profissionais também são impactados pela atividade, pois ela permite que o observador reflita sobre o ocorrido, sobre possíveis preconceitos, sentimentos, idéias, entre outras itens.
Desse modo, é possível concluir que a Visita Domiciliar como instrumento para promoção a saúde possui um impacto positivo tanto sobre o usuário quanto para a integração da equipe.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Território

Através da atividade de visita ao território abrangido pela UBS foi possível observar o enorme contraste nas regiões do território devido as diferenças sócio-econômicas. Durante a atividade passamos pelas áreas Amarela, Azul, Vermelha, Verde e pelo Parque dos Príncipes, que se diferenciava das áreas citadas por possuir condições sócio-econômicas muito superiores.
Nas áreas Amarela, Azul, Vermelha e Verde foi possível observar condições sócio-econômicas muito parecidas, de extrema pobreza, ao contrário da região do Parque dos Príncipes onde havia muitas casas de Luxo e onde está uma das melhores escolas de São Paulo. A nossa visita começou pela Área Azul, e logo observamos três viaturas da polícia estacionadas na rua em que passamos, o que sugere o perigo que a região está exposta. Depois passamos na ´´Praça``, onde observamos uma região de difícil acesso, o que torna a intervenção na Saúde difícil nessa área. Entretanto mesmo nas áreas Amarela, Azul, Vermelha e Verde havia contraste dentro dessas regiões, onde algumas regiões dentro dessas áreas eram mais acessíveis que outras.
Pela atividade da visita foi possível observar as idéias defendidas nos textos de apoio, como a importância de se considerar o fator econômico dentro do território juntamente com a consideração da dinâmica social e política dentro do território para a implementação do PSF, também foi possível observar a importância de se considerar o ambiente no qual o PSF é implantado, pois este influi no processo saúde-doença da população. Os textos de apoio também foram importantes por mostrar que o SUS apoia-se na noção de Território quando realiza o processo de descentralização.

domingo, 28 de outubro de 2012

Visita domiciliar no contexto da ESF


Visita domiciliar no contexto da ESF:

   Como nessa semana não pudemos participar da prática de acompanhamento de visita domiciliar, tivemos que pesquisar um pouco sobre o tema e descrever aqui um pouco do aprendido. No fim, foi até melhor pois poderemos ir á visita com um pouco mais de conhecimento e assim aproveita-la muito mais.
   Na estratégia saúde da família logo percebe-se que toda a intervenção se baseia na unidade da família, sendo ela portanto a unidade principal, para a qual serão boladas condutas e intervenções para lidar com os problemas. A importância da família se deve ao fato de que é ela que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes.
   A estratégia objetiva a promoção e a qualidade de vida das pessoas em seu cotidiano, promovendo, portanto, a garantia dessa qualidade no próprio ambiente em que as pessoas vivem, estimulando sua participação ativa na saúde. A partir daí surge a importância da visita domiciliar (VD).
   A intervenção através da VD favorece o exercício da integralidade junto ao indivíduo pertencente a uma família e a um contexto. O trabalho do profissional ao ser uma escuta qualificada aprofunda o vínculo e acolhimento e favorece que as famílias e comunidades tenham melhores condições de se tornarem mais independentes na sua própria produção de saúde, e mais importante, com uma visão própria sobre isso, dentro do seu cotidiano e visão de mundo.
   O objetivo da VD na ESF é proporcionar vigilância, assistência e promoção à saúde no domicílio, dentro dos princípios do SUS, em uma área geográfica adscrita. Mais do que isso é enxergar também o indivíduo agente co-responsável no processo de promoção, manutenção e recuperação de sua saúde.

   A dinâmica da VD acontece da seguinte maneira:
   Cada equipe deve organizar as visitas conforme a situação da comunidade e do indivíduo e indicação do ACS. São priorizadas visitas de promoção e prevenção de saúde para puérperas, recém-nascidos e para buscas ativas para focos de doenças infectocontagiosas; e terapêuticas para pessoas com dependência física, idosos, ou pessoas com dificuldade de locomoção (difícil acesso ao posto).
   Antes da visita deve-se conhecer bem o caso, a família e o motivo da VD para um bom planejamento de conduta.
   Na VD os profissionais devem contar com a observação, com atenção aos detalhes dos fatos e
relatos apresentados durante a visita; a entrevista; e o relato oral ou história, implicando o diálogo tanto com finalidade quanto com liberdade para qualquer assunto. Os profissionais costumam avaliar a condição ambiental do domicílio e construir proposta de adequação, trabalhar as relações familiares na busca pela harmonia para melhor qualidade de vida para o paciente, cuidador e sua família de maneira a construir uma rede de apoio e orientar e adotar condutas ao paciente.
   O mais importante para a realização de uma VD é o conhecimento da dinâmica da comunidade em geral e trabalho em equipe. Para poderem ser propostas condutas corretas para cada família inserida em cada comunidade, de forma simples e contar com aquelas pessoas para manutenção de sua saúde, sempre inserido no seu modo de ver o mundo. Dessa forma partindo da menor unidade, do contexto de cada um do real problema à ser detectado ou prevenido, a saúde só tem ganhar e se desenvolver, proporcionando um serviço mais efetivo aos usuários.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Território

Bom dia!

Na última sexta-feira fomos visitar o território, quando estavamos saindo da UBS encontramos uma agente comunitária que estava indo para um grupo, e a doutora Ana achou interessante que fossemos acompanhar o grupo. O grupo era o Bem Viver, lá havia mais uma agente e uma moça que trabalhava no setor administrativo, se não me engano. Achei muito interessante isso, uma pessoa que sua função não é essa na UBS, porém ela tem a oportunidade de trabalhar de uma forma diferente, ter um contato diferente com a população. Como já foi mencionado a atividade daquele dia do grupo foi a de Tai Chi Pai Lin, elas nos explicaram que é uma técnica diferente do tai chi chuan, que esta é voltada pra saúde. Achei um exercício ótimo para se fazer, além de trabalhar concentração, respiração, através de  movimentos que podem parecer simples, trabalha muito bem o corpo. Deu uma boa cansada!
Após esta agradável experiencia  fomos visitar o território. Ficamos andando de carro por mais ou menos uma hora e meia e deu para ter uma boa noção do quão heterogêneo é o território, principalmente a área amarela.
Voltamos para a UBS e conversamos um pouco. A doutora nos mostrou o mapa com a divisão das áreas, a densidade populacional de cada área e falou também um pouco sobre os outros grupos que existiam.
bom é isso..=)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Seminário Internacional Território e Circulação

Gente, vai ter um evento na USP chamado "Seminário Internacional Território e Circulação na dinâmica da globalização"... Se alguém se interessar, tem maiores informações nesse site: http://www.geografia.fflch.usp.br/



Visita ao território

Na última sexta-feira tivemos como atividade conhecer o território da UBS. Antes disso, fomos convidados a participar da atividade de Tai-chi do grupo "bem viver" da área verde. A atividade acontece na associação de moradores da área verde. Por ser em um lugar distante da UBS, o grupo é frequentado apenas pelos moradores da própria área, mesmo sendo aberto para qualquer usuário da UBS. As atividades do grupo variam buscando o interesse e gosto da população, pois é ela que fará uso. A ACS comentou que o bingo é atividade que mais reúne pessoas e que nas férias são criadas mais atividades para as crianças, pois são as que mais passam a frequentar o espaço. Adorei o Tai-chi.. alem dos exercícios 'leves', ele proporciona um momento de reflexão e relaxamento, ou seja, além de trabalhar o corpo, também trabalha a mente.
Iniciamos o reconhecimento do território pela área amarela. A única área não visitada foi a área vermelha, por falta de tempo. Em geral, foi possível observar claramente a desigualdade existente. Em contraste com a área do  'Parque dos Príncipes', uma área arborizada, com casas grandes e terrenos enormes, ruas largas e asfaltadas, observamos favelas, vielas, ruas sem calçadas e sem iluminação, com muito lixo e entulho. O que mais me impressionou foi que com a construção de um condomínio de prédios luxuosos, a população ficou sem acesso à Rodovia Raposo Tavares, sendo que o espaço que a separa da rodovia é o do condomínio. O condomínio, por sua vez, não tem nenhum acesso para o lado da favela; é cercado por árvores com a intenção de esconder essa realidade. Assim, fica clara a desterritorialização mencionada abaixo, no post da Nicole. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Conhecendo o território

Na última visita a UBS Jardim D'Abril, conhecemos um pouco sobre o território que a UBS abrange. Conhecemos a área Azul e a área Amarela. Presenciei  nessa ocasião a grande disparidade sócio econômica existente na região. Em questão de minutos é possível ir de favelas a casas de luxo, dividindo a mesma microárea designada pela cartografia do PSF. Na área Azul conhecemos uma região chamada Praça, local de invasão de habitantes que foram desterritorializados, fiquei pessoalmente impressionada com essa região, devido a quantidade de moradias e habitantes presentes. O que me deixou angustiada foi a falta de infraestrutura dessas moradias irregulares, sem saneamento básico ou estruturas físicas seguras. Isso gera um grande impacto na saúde, como previsto no art. 7°, inciso X, da lei 8.080/90, no qual defende-se a integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico.
Após essa visita percebi o quão ampla é a atenção primária, uma vez que o ambiente em que a pessoas vive gera relevante impacto em sua saúde, e ao analisar sua realidade é mais provávell realizar uma intervenção consistente e efetiva.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

19/10 - Nicole

      A proposta do trabalho de hoje foi conhecer o território da UBS. Antes disso, fomos a um núcleo de convivência da área verde ( que agora esqueci o nome) e participamos de um grupo chamado bem-viver, que naquele dia se propôs a dar a prática corporal Tai-chi. Infelizmente  naquela tarde nós alunos e a médica Carol fomos os únicos a comparecer ao grupo. As ACS disseram que normalmente comparecem pelo menos umas 4 pessoas, mas justo naquele dia não foi mais ninguém. Achei muito interessante a proposta e acredito ser uma ação efetiva de promoção de saúde. Também gostei de saber que o grupo é dado somente pelas ACS e não há nenhum profissional de nível superior coordenando. Considero muito importante que as ACS  se apropriem e se envolvam em espaços como esse.

      Depois de participar do grupo, fomos conhecer o território com a Carol. Passamos por todas as áreas de referencia da unidade. Percebi que as áreas são bem heterogêneas entre si e nelas próprias. O que ficou mais evidente pra mim ( e que me choca bastante) é a forma escancarada que se apresenta a desigualdade social do território. A rua que divide o parque dos Príncipes da favela demonstra muito isso. Também observamos a diferença da arborização e da presença de praças e/ou lugares comuns nos dois pólos, sendo o pólo classe alta muito mais privilegiado nesse sentido. A partir dessa vivencia, foi possível fazer uma articulação com o texto sobre território indicado para leitura, no qual é exposto que "O território como disputa entre grupos antagônicos tem levado à desterritorialização dos mais fracos", sendo desterritorialização definido como "o que se produz no processo de desapropriação do espaço social, tanto do ponto de vista concreto como simbólico. Lugares são desconectados dos circuitos integradores da sociedade capitalista: mercado de trabalho, consumo e cidadania" (Carvalho)

    

Aula aberta - nessa quinta - na Psico sobre Saúde Mental


16/10/12

No nosso último encontro (16/10) o Miguel, como brincou a Mara, foi o nosso preceptor. Ele foi o único do nosso grupo que compareceu a reunião geral do dia 10/10, e sendo assim coube a ele nos interar do que havia sido exposto/discutido. Ficamos sabendo que o tema com o qual iremos trabalhar será violência, um tema amplo e que a princípio me assustou um pouco. Eu considero o tema delicado e até então julgava ser impotente frente a está problemática. Delimitamos o tema a Bullying. Ao chegar em casa fui pesquisar sobre métodos de intervenção contra o Bullying nas escolas e achei coisas bem interessantes, vi que o empoderamento é algo fundamental e presente nas estratégias contra esse tipo de violência. Estou mais confiante, acredito que iremos desenvolver um belo trabalho. Amanhã levarei ao grupo o material que encontrei e iremos fazer o planejamento da nossa ação. Estou ansiosa e com esperança de colocarmos o nosso plano em prática o mais breve possível.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

16/10/2012


Desde a reunião na semana passada queria levar para o grupo minha vontade de que compartilhássemos mais entre nós o impacto que a experiência na UBS tem tido para cada um. Isso ficou mais forte quando soube que trabalharíamos com a questão da violência na região, um tema que me empolgou muito mas também assustou e me deixou ansioso. Como a gente vai trabalhar? Será que vai ser perigoso? Violência como? O que o campo da saúde pode oferecer? Bulling? Como é que isso?

Hoje quando nos reunimos, eu era o único que estivera na reunião; a Gisela estava ocupada. Fui contando brevemente para Isabela, Aline, Eduardo e Mara de como tinha sido a reunião e já fui logo falando do tema da nossa equipe. Queria falar de algumas inquietações, principalmente de sentir necessidade de criar um espaço no grupo para trocar as experiências e para que o próprio grupo possa cuidar de si, porque são experiências intensas, e indagar qual seria o nosso papel ao lidar com a violência, principalmente indo à escola e identificando a violência lá como bulling.

A primeira dessas inquietações me leva a refletir como é o impacto do trabalho de cada profissional da UBS e se há uma rede de apoio para eles. Acho que isso mexe com uma estereotipia de que a doença está no paciente e a saúde no médico. Temos falado muito de formas e causas de adoecimento dos usuários da UBS, esquecendo que nós, estagiários e profissionais, também adoecemos e que entramos em contanto com muito sofrimento no nosso trabalho, que já é desgastante. Somos, inclusive, parte da comunidade da UBS, embora desempenhemos funções diferentes. Fiquei imaginando que, se eu estou sentindo o peso da experiência no corpo e querendo um espaço para conversar sobre isso, quem põe a mão na massa diariamente deve ter mais necessidade ainda.

A relação com a escola já me leva a pensar na tensão entre campos de atuações política cuja tarefa social, talvez missão, é de natureza distinta: educar e cuidar. Lembro de uma professora minha comentando, num evento sobre medicalização, que na época do surgimento da psicanálise a luta do Freud e da Ana O., uma das primeiras pacientes dele, era para que se reconhecesse o sofrimento psíquico com uma grande questão diante da vida. Tratava-se de desejo, desejo de ser, e o conflito que isso precipitava. Atualmente, ela comentava, as encruzilhadas e agruras da vida se tornaram problemas médicos, doença. Trazendo essa dimensão para a entrada da saúde na escola, fico preocupado com a relação que podemos estabelecer com eles. Será que operaríamos no sentido de transformar o bulling em um diagnóstico? A própria maneira como esse fenômeno é tratado discursivamente já traz essa possibilidade, pois permite um descolamento do que é observado a favor de uma nomenclatura abstrata, descontextualizada. Interações danosas ou agressivas entre as crianças e adolescentes não são novidades, o que é novo e está se transformando em moda é chamar isso de bulling. Não é o fenômeno, mas a nomeação que se dá a ele, a qual tem origem nos Estados Unidos e na problemática que eles viveram com massacres em escolas. Penso que precisamos adentrar o mundo da escola e deixar que ele se mostre, que ali apareça a violência tal como eles a vivem.

Nessa nossa conversa de hoje, acabamos focando mesmo muito na violência no ambiente escolar, identificado quase que totalmente com a questão do bulling. Percebi em mim que a palavra violência gerou um desconforto – e penso que nas outras pessoas também – e acabamos, aqui é uma hipótese, nos fixando naquilo que é mais próximo a nossa experiência atual, que é o ambiente escolar. Deixamos de lado a violência urbana, o PCC, que a Mara disse que atua na região, o tráfico de drogas, as armas, enfim, muito medo ficou de lado. Não concordo com o foco no bulling. Seria importantíssimo pensar a violência no seu contexto amplo - como uma cultura, um modo de relação, uma expressão do sofrimento e da vulnerabilidade social - até para que possamos problematizar a noção de bulling e adentrar essas interações tais como elas se dão a ver e poder compreendê-las a partir do estranhamento do nosso próprio olhar. Digo isso porque estranhar pode nos levar também a perceber o que ali opera como estratégia de sobrevivência ou está simplesmente naturalizado, é sim porque só se considerou que podia ser assim. Para mim, ficou bastante forte um desejo do grupo de nos lançarmos ao campo para conhecê-lo, em vez de ficarmos na sala especulando sobre ele. Acabamos nos propondo a preparar uma visita inicial para daqui a duas semanas.

Terminamos nossa conversa 14h15. Havíamos combinado que hoje daríamos uma volta pelo bairro. Confesso ter achado estranho quando soube que seria um passeio de carro. Tinha expectativa de que seria uma caminhada e andar de carro gera um distanciamento, apesar de ser mais confortável em tantos sentidos. Com a nossa conversa ainda ressoando, meu olhar encontrou prontamente os desencontros do bairro: os prédios altos e bem acabados no final de uma rua de construções ainda por acabar, a área invadida que se estendia por trás e abaixo de um estacionamento cheio de carros, quase todos novos e as casas grandes, que parecem terem saído de Alphaville, do Parque dos Príncipes. Talvez por estar no carro tenha sido muito forte a sensação de desencontro. Será que a pé o percurso teria relevado por onde essas realidades tão diferentes se encontram e convivem? Uma antropologia dos passos perdidos, como propunha o Michel de Certeau.

Ao longo do nosso percurso, paramos em alguns lugares da região. Dois me impressionaram sobremaneira. A área invadida era algo muito peculiar. Havia um comércio, não lembro bem o que, e ao lado dele um corredor que dava acesso às construções e moradias. Foi uma cena inédita para mim. Passei por esse corredor, feito de muros de casas cujas janelas se abriam para ele, e avancei só um pouquinho e... um monte de construções de improviso se espelhavam pelo terreno em declive. Não cheguei a descer, só vi a paisagem. Quando estava voltando para o carro, uma senhora contava ao Seu Wilson, motorista da UBS, que ali era uma área de muitos escorpiões, que estava perigoso, o filho dela queria dormir com mosquiteiro.

Depois paramos no lugar que as Pastorinhas oferecem atividades para a população do bairro e entramos numa sala de reforça. As crianças respondiam em coro à professora, sem muita espontaneidade. Fazia muito tempo que eu não adentrava em contato com isso. Elas pareciam estar adestradas, ou sob efeito de hipnose. Acho que prefiro as crianças tidas como terríveis da escola onde vamos trabalhar. Tem mais vida, eu acho.

Saindo dessa aula de reforço, ficou mais forte para mim o desejo de abordar a questão da violência no seu contexto, sem nomear com as nossas palavras uma questão central. É um bairro tido como violento e seria muito interessante pensar essa produção em todo o seu relevo. Por que em uma escola os alunos são considerados terríveis, pulam o muro para fumar maconha, e numa classe de reforço, no mesmo bairro, a situação é outra? Essa outra situação está isenta da violência? A autoridade da professora sobre os alunos não pode se transformar em violência, a depender do manejo e do contexto? A chave aí me parece ser o bairro e como a escola, com todos os seus atores, lida com como é viver e trabalhar no Jardim d’Abril.

Antes de trabalhar. Será?

Pessoal,
Um relato de algo que aconteceu comigo na UBS que me fez pensar e sentir muita coisa.
Quando é que a gente começa a trabalhar? E que impacto isso tem na gente?

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Há duas semanas, quando tivemos reunião na quarta-feira (10/10), eu cheguei um pouco adiantado na UBS. Era um dia de sol e tinha os óculos escuros pendurados na gola da camiseta. Sentei no banco do corredor, onde os pacientes esperam ser chamados para consulta. Ótimo momento pra ler meu livro e esperar a reunião começar.

Que ilusão! No que sentei, veio uma menina bem magra mesmo, mais que palito, e me tomou de sopetão.

"Segura isso daqui?" Ela tirou os óculos dela e, tchuf, enfiou a mão na gola da minha camiseta e pegou os meus. Não deu nem tempo de me apresentar. Perguntei o nome dela, acho que ela nem ouviu. Num instante, a menina colocou aquele óculos de adulto no rosto pequeno dela e começou a dançar.

"Cadê seu celular?!" "Pra que você quer celular?", estranhei. "Vai ligar pra alguém?" Não. Ela me respondeu que era pra tirar uma foto dela com os meus óculos. Ela tava tão empolgada! Ficou dançando e esqueceu do celular.

Depois, quando ela devolveu os óculos, começou a se interessar pela minha "bolsa de estudos". Deixei ela mexer um pouco nas minhas coisas da mochila. Comecei a me sentir um pouco invadido e achei que ela podia me passar alguma coisa. Será que ela tem conjuntivite e ficou no meu óculos? Psicólogo também pira, gente! Eu queria muito estar com ela, e estava, mas foi intenso.

"Vamo estudar?", ela me convidou. Nisso deixei meu incômodo um pouco de lado e aceitei o convite. Ela catou minha mochila e queria por nas costa. Mas ela era um palito! E minha mochila, super pesada. Tentei convencê-la do contrário: nada, ela nem ouviu. Antes do peso da mochila cair nas costa dela, segurei a alça de leve. Fomos andando assim, unidos pela mochila, ela na frente e eu atrás. Andando pra onde?

Quando vi, estávamos na porta de um consultório médico. A menina - cujo nome a essa altura eu já sabia - queria de todo modo entrar ali. Era pra me dar uma injeção. Fiquei desconfortável de entrar no consultório de sopetão. Uma coisa era o corredor, outra o lugar de trabalho de alguém. "N., pra entrar aqui a gente vai ter de pedir licença. Não dá assim, pra ir entrando." Ela choramingou um pouco, mas acabou concordando. Uma funcionária entrou no consultório e deixou eu e a N. entrarmos.

Assim que passamos da porta, a danada da menina fechou bem rapidinho e passou a tranca. "N., você vai trancar a gente aqui?!", falei num tom de brincadeira. Vejam a situação: a menina me tranca no consultório com uma funcionário que eu não conheço e não devia conhecer ela e, a mãe, do lado de fora, vendo a filha trancada com um sujeito desconhecido. Não deu um minuto e a mãe veio bater na porta. "N! N! Abre filha!" A menina berrou cada não! Falei a ela que iria abrir a porta, que não dava pra deixar a mãe do lado de fora, que era ela quem a tinha trazido à UBS. Quando consegui abrir a porta - porque a menina, apesar de palito, tinha força pra empurrar - ela se jogou no chão e se pôs a chorar. "Eu quero ficar aqui com o Miguel!", ela repetiu isso algumas vezes, no meio do choro. A gente mal se conhecia.

Passou o fuzuê e fui me apresentar pra funcionário que estava no consultório. Disse que "por coincidência", estranhei tanto quando falei isso, era aluno do PET da psicologia. A funcionário me perguntou se eu estava atendendo a menina. Disse que não, que estava só sentado no banco, esperando, e a menina veio falar comigo.

Depois, contando essa história pra Henriette e colegas, acabei falando que ir a UBS era ir na casa de outras pessoas. Como era estranho isso! E a Henriette me chamou atenção de como eu tinha sentido um outro universo ali, um cotidiano desconhecido, e que muita coisa acontecei na unidade. A vida estava lá, se desenrolando, preparando surpresas. "Miguel, pisou lá e pronto, já tá trabalhando." Será mesmo que eu só tava sentando no banco, esperando a reunião? Depois eu fiquei tão impactado, foram só dez minutos de interação, mas deu até pra me angustiar. Pisou e já tá lá. E quem é que cuida desse impacto todo na gente, quem cuida de quem cuida? Essa questão ficou bem forte pra mim.

Desse rebuliço todo, ficou o desejo de perguntar como tem sido o impacto de estar na UBS pra vocês do PET e pra quem trabalha na unidade. Também fiquei com vontade de ir atrás do que levou a N. e mãe na UBS. O encontro com a menina mexeu comigo. A mãe me contou que tem dificuldades em lidar com a filha, que disse ser muito autoritária. "Ela quer fazer tudo o quer, o tempo todo." Em seguida ao desentendimento com a mãe - agora indo para o outro lado - vi a N. sentada sozinha na escada, falando sozinha. Sozinha. Sozinha. Senti que ela precisa de alguém pra brincar, pra ajudar ela a ir dando forma e controlando esse impulso tão forte de agir e se expressar, que a deixa tomada. Vi também que mãe estava penando com a filha. Acho que ela não tinha autoridade nenhuma, nem saco de brincar com a menina. Ela tava bem cansada.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Visita ao território

Hoje fizemos uma visita ao território da UBS Jd. D'Abril.

A visita foi feita de carro, com o motorista da UBS. Demos uma volta pelo território passando por todas as áreas e reparando um pouco nas características de cada uma delas.
Começamos passando pela área azul. As casas eram bem simples e vimos que tinham três viaturas da polícia estacionadas na rua em que passamos. Parece que tinha acontecido alguma intercorrência na 'praça' e por isso os policiais estavam no local.
Quando a preceptora nos contou da tal 'praça' a imagem que veio a cabeça de todos era de verdade uma praça, de onde veríamos o território ou algo parecido. Ficaram todos surpresos ao ver uma imensidão de casinhas amontoadas numa espécie de depressão de terra, a qual não é visível por fora, somente olhando pelas vielas das ruas que a circundam. Foi mencionado que o controle da área, tanto em segurança como saúde é difícil devido ao acesso limitado, e que o acesso da equipe só acontece junto aos ACS's.
Continuamos a visita passando pela área amarela, com casas mais arrumadas e seus portões bonitos, sendo a parte mais complicada da área um antigo alojamento aos trabalhadores de uma fábrica, que hoje foi ocupada, e um dos maiores problemas visivelmente é o lixo, em muita quantidade jogado a céu aberto.
As áreas verde e vermelha também foram visitadas, e segundo as preceptoras seguiam a mesma característica das áreas anteriores, tendo tanto regiões mais tranquilas, e outras mais complicadas. Durante a visita também vimos uma prévia de alguns equipamentos que serão melhor discutidos posteriormente, numa outra visita.
O fim da visita foi passando pelo Parque dos Príncipes. É visível a enorme discrepância de realidades, andando por no máximo 2 minutos de carro. É um bairro de casas nobres com um colégio bem reconhecido e caro de se estudar. Passando por essa área foram sendo apontadas as casas que contavam com o serviço da estratégia. Eram poucas, porém já me admirou que algumas pessoas contavam com o atendimento do posto, e não só com os seus convênio médicos, como é comum em outras regiões.

Após toda a visita deu para ter uma boa idéia de como funciona o território e a própria ESF.
Dentre todas as curiosidades o que mais me chocou foi a enorme área escondida dentro do território, que deve ter muita carência de cuidados em todas as áreas. Fiquei imaginando como chegava um cuidado de saúde lá dentro, e a própria resistência da população à entrada de pessoas externas. Deve ser algo difícil de se trabalhar, com o que os profissionais devem estar preparados.
Além disso, claro, novamente fiquei espantada com a diferença social tão próxima que é vista passando para o bairro do Parque dos Príncipes. Isso me fez pensar também que, na verdade, os profissionais da estratégia devem estar preparados mesmo para todos os tipos de situações, pois é visível as diferenças de habitação e população dentro de uma mesma área.
Não é possível entender como acontece tanta diferença assim numa mesma população, e o pior é saber que esse é um micro exemplo de toda a diferença social que temos em São Paulo, que é acompanhada em todo o Brasil.

Acompanhamento do Atendimento de Enfermagem

Semana passada acompanhei um atendimento da Enfermagem.
Foi o acompanhamento do crescimento de um bebê de 4 meses.

O atendimento foi basicamente para acompanhar o crescimento da criança e orientar sobre os cuidados que a mãe deveria ter com ele.
Foram feitas a mãe perguntas diversas sobre a criança, condutas que ela toma quando determinada coisa acontece, estado de saúde, reação a determinadas comidas e medicamentos, amamentação, rotina de sono e alimentação entre outras. Durante essa conversa surgiram várias dúvidas que a mãe tinha, tais como a amamentação, a alimentação em si, utilização de pomadas contra assaduras, etc.
Em seguida foi feita a medida da criança e do perímetro cefálico e ela foi pesada. Todos os dados foram anotados na sua carteirinha.
Haviam vacinas atrasadas e a mãe logo foi orientada em como completa-las.

Gostei da experiência pois vi como funciona um atendimento de enfermagem e também como é feito basicamente o acompanhamento do desenvolvimento das crianças. Achei que foi muito resolutiva principalmente quanto as orientações que a mãe recebeu, solucionando bem suas dúvidas.
Fiquei surpresa ao ver a idade da mãe, que parecia ser bem nova e relatou ter outro filho de 4 anos. Fiquei bastante surpresa também ao perceber quanto interessada, dedicada ela era, e como entendia rápido as informações e procurava segui-las. Acredito que nem todas as mães se comportam dessa maneira, especialmente quando tão novas.

Relatório Semana 3

Na reunião da semana passada, vivenciei uma experiência muito interessante ao conviver um pouco com o setor de Vigilância em Saúde. Lá tive o auxílio da Daiane, que me explicou com muito carinho todo o seu trabalho, que é muito árduo.
Ela me disse que não é preciso ter formação específica na área para fazer parte do setor. Ela mesma, está há um ano e não tinha experiência alguma, mas agora já está completamente por dentro de todo o trabalho.
Na Vigilância, todos os exames alterados são anotados e reportados para SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde), esta é uma parte mais epidemiológica. Além disso, comunicam o paciente e começam o processo do tratamento, que no caso de Tuberculose, doença endêmica na região, é bastante demorado e que precisa ser assistido. Logo, é responsabilidade da Vigilância também o vínculo com essas pessoas que precisam manter o tratamento, o que nem sempre é muito fácil.

Depois dessa atividade, tivemos reunião geral, que foi bem interessante, uma vez que discutimos e trocamos bastante nossas experiências até agora. Por fim, ficaram decididos os temas que vamos abordar esse ano pelo PET: idosos, violência e comunicação! No final das contas percebemos que todos estão de alguma forma conectados e todos ficamos empolgados com o futuro de nossas atividades.

Relatório Semana 2

Por meio do texto "Esse tal de SUS", foi possível conhecer em que contexto histórico o SUS foi criado e foi interessante perceber que até mesmo a Saúde Pública está completamente ligada a economia do país.
Mais adiante na leitura do artigo, compreendi melhor que o SUS, como o próprio nome já diz, foi criado para ser único e então organizar melhor a saúde pública do nosso país.
Os princípios do SUS: Universalidade, Integralidade, Resolutividade e Descentralização foram muito bem descritos, demonstrando que se as coisas na prática seguissem a teoria, este seria talvez um dos melhores sistemas de saúde vistos na história da humanidade.
A hierarquização do sistema, porém sem que haja perda da resolutividade do mesmo, com as referências e contra referências, faz com que não ocorra as superlotações de hospitais.
Acredito, porém, que a grande questão do SUS hoje é a cultura da população brasileira de valorizar os hospitais e menosprezar as Unidades Básicas de Saúde. O que para mim cria obstáculos para o melhor funcionamento do sistema é a falta de educação sobre o mesmo para quem mais deveria usufruir de sua inteligente teoria, os usuários do SUS. É preciso, na minha opinião, divulgar mais a importância de cada nível de atenção a saúde, para que a população passe a se sentir segura diante de todos os serviços oferecidos pelo SUS.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Projetos

Ontem estive presente novamente na UBS Jardim D'Abril. Conheci um pouco mais sobre a farmácia e descobri varias técnicas e programas utilizados para melhor aderência dos pacientes. Em pacientes que possuem deficiência visual são colados palitos na caixa dos remédios, indicando quantas vezes por dia é preciso tomar a medicação, caso ele seja analfabeto as auxiliares de farmácia colocam desenhos para facilitar a compreensão. Um aspecto que também chamou bastante minha atenção foi o cuidado com o armazenamento das medicações e com a dispensação, que não se limita somente a entrega,mas também inclui orientações sobre a administração.
Após acompanhar essa atividade tivemos uma reunião com outras equipes da UBS Jardim D'Abril para conversarmos sobre os projetos que serão organizados por nós. Os temas levantados foram: Atividades Específicas com Idosos, Violência e Adapatação da Linguagem Técnica para Popular. Para chegar nesses temas, as equipes da UBS Jardim D'Abril deram notas a diversos itens relacionados a própria UBS e a comunidade. Os itens que receberam as piores notas serão os que sofrerão uma intervenção visando a melhoria. As equipes da UBS ficaram com os três temas que receberam as piores notas, e nós do PET Saúde ficamos responsáveis pelos três seguintes.
Estou muito animada para começar a planejar esses projetos, acredito que será um experiência muito proveitosa!
Até a próxima!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Esse tal de SUS"

      O texto encaminhado "Esse tal de SUS" deu um panorama histórico de como os serviços de Saúde no país mudaram ao longo do tempo, e quais são os princípios atuais do SUS. Pela minha primeira experiência na UBS, observando um auxiliar de enfermagem, foi possível observar como é realizada a atenção primária à saúde.
      Como o texto descreve, pude observar que nesse serviço os profissionais envolvidos estavam mais voltados para a resolução de problemas que são mais comuns e exigem pouco aparato tecnológico, problemas em que há uma maior necessidade de profissionais generalistas ao contrário do que ocorre na atenção terciária onde há maior necessidade de profissionais especializados, conforme descrito pelo texto de apoio. Pude observar na prática, por exemplo a atenção primária feita pela auxiliar de enfermagem ao realizar um procedimento de curativo simples em uma adolescente que tinha um ferimento causado por um objeto metálico.
       Também observei na atividade prática como esse modelo de saúde da UBS é necessário como enfatizado no texto, apesar do dia que fiz a observação poucos pacientes terem sido atendidos. Entretanto este foi um dia atípico, na maioria dos dias o atendimento de pacientes pelos auxiliares de enfermagem é muito grande. Tornando evidente a importância do atendimento primário, pois sem este atendimento primário a atenção terciária ficaria comprometida conforme descrito pelo texto base.
      Observei os seguintes princípios do SUS sendo aplicados: Resolutividade e a Descentralização. Observei a Resolutividade através da competência dos auxiliares de enfermagem em resolver os problemas dos pacientes, e ao encaminhá-los para outros serviços quando necessário. Como a UBS atende casos de atenção primária, foi possível Observar a Descentralização através da hierarquização da rede de serviços de saúde.

Organização do SUS e a relação com as atividades no posto

O texto proposto para leitura descreve muito bem todo o funcionamento do SUS de uma maneira fácil de ser entendida e leve de ser lida. Ele ilustra bem sua história, sua evolução, suas propostas e a inovação que trouxe como um sistema de saúde que propõe atendimento igualitário, integral, resolutivo para a população de todo o território nacional.

Tanto isso é verdade, que, fazendo a atividade proposta semana passada, de acompanhamento do trabalho realizado na recepção da UBS, pude perceber que basta chegar no posto, que na mesma hora você é atendido, independente de raça, sexo, idade, condição social ou qualquer outra característica sua. Pode ser encaminhado à demanda, ou informado de suas dúvidas e necessidades, por exemplo: é possível fazer seu cartão SUS na hora, e tendo o mesmo você pode ser devidamente atendido onde estiver.
Esse fato me marcou bastante, pois, além de acompanhar o cartão de um paciente sendo resgatado pelo sistema no computador, que já indica grande organização do sistema em geral, eu mesma pude fazer o meu, que não possuía ainda, e ele foi feito rapidamente, apenas com a apresentação do meu RG. Achei admirável a facilidade e efetividade do sistema em oferecer acesso à qualquer um que necessite no momento.

Ainda sobre a organização do sistema, fui informada, no dia em que acompanhei o atendimento na recepção, que um dos modos para se marcar atendimento é seguindo as áreas demarcadas pela Estratégia Saúde da Família, ou seja, para cada dia da semana uma área era atendida.
Sem muito conhecimento prévio da ESF, ou mesmo talvez por uma imagem que criei na minha cabeça, tinha a impressão que as equipes atuavam mais externamente ao posto, em contato direto e constante com a comunidade em suas casas. Não tinha pensado que o programa saúde da família, estava muito mais atuante dentro do posto, apesar de atuar fora dele também. Após procurar um pouco mais sobre o assunto, e sendo informada sobre dessa dinâmica no posto, fez mais sentido para mim como o trabalho realmente funciona, o quanto o trabalho é feito dentro do ambiente do posto em atendimentos agendados e o quanto ele acontece fora do posto seja em visitas domiciliares, ou trabalhos de educação e conscientização em saúde para a população.
Nessa dinâmica de atendimento por área tudo fica mais organizado, tanto para os médicos atenderem, sabendo de qual população e de qual equipe se trata em cada dia, quanto para organização dos ACS’s quando marcam atendimento e encaminham alguém ao posto e para a própria população que acostuma-se e participa da dinâmica da UBS. 

Sem dúvida a atividade, e uma rápida busca sobre o assunto, me fizeram ter uma melhor visão de como é a dinâmica no posto e como funciona a ESF de modo geral. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Esse tal de SUS

Há duas semanas, relatei a minha experiência como "paciente" da UBS Jardim D'Abril, ocasião em que me passei por paciente e procurei entender o que a Atenção Primária poderia me oferecer. Assim que fui ao balcão de atendimento, pude presenciar um dos princípios do SUS: Universalidade, na qual todas as pessoas tem o direito de usar os serviços de saúde, pois não foi questionado a mim se eu trabalhava (como na época do INAMPS) ou qual era a minha renda (como em certos países em que o acesso a serviços públicos é restrito a pessoas com baixa renda). Logo em seguida, a atendente questionou sobre a minha queixa e como eu havia chegado a UBS, o que evidenciou mais dois princípios: a Integralidade e Descentralização, uma vez que havia sido encaminhado a UBS Jardim D'Abril (por ser da minha região) por um AMA, ao avaliarem que o meu caso era inicialmente de baixa complexidade, e que seria na Atenção Prímaria que eu encontraria um quarto princípio: a Resolutividade. Nessa ocasião também estava evidente a Hierarquização do SUS, pois o AMA (nível secundário) me encaminhou através de uma contra-referência para a UBS (nível primário). Acredito que isso seria melhor aproveitado se todos os usuários compreendessem a importância dos níveis de atenção, uma vez que o paciente que eu estava representando nunca havia ido a UBS de sua região, ele buscou ajuda diretamente no AMA, onde foi devidamente orientado. Após a leitura do texto "Esse tal de SUS" e sua relação com a minha experiência, pude perceber que os princípios estão bastante interligados, e que no meu atendimento, todos estavam sendo aplicados.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Nicole - 05/10

Hoje demos continuidade as atividades de reconhecimento da UBS iniciadas na semana passada. Acompanhei uma senhora em seus atendimentos que referiu estar passando mau ( tontura e febre). Ela relatou que tinha ido no HU dois dias antes, mas que precisava de um atestado para o dia seguinte, pois não teria condições de trabalhar. Durante a conversa ela disse que trabalhava na limpeza da Faculdade de Letras na USP.

Primeiramente ela fez alguns exames com a auxiliar de enfermagem ( temperatura, PA, frequência cardíaca e respiratória), no qual foi constatado que ela estava com febre. Em seguida ela esperou para ser atendida pela enfermeira. Acompanhei  a consulta de enfermagem, que colheu informações sobre o motivo da ida dela a UBS, perguntou o que ela estava sentindo e foram feitos mais alguns exames. Posteriormente, ela foi encaminhada para a consulta médica, que a enfermeira informou que poderia demorar um pouco.

Enquanto esperava conversei bastante com ela, ela me contou principalmente de seu trabalho. Após alguns minutos passou uma moça por nós e disse pra mim que era muito duro não saber ler ( nessa hora a senhora que eu estava acompanhando disse que também não sabia ler). Depois de um tempo acompanhei um atendimento da assistente social, que coincidentemente era com a moça que havia passado minutos antes por mim e referido não saber ler. Ela estava com dificuldades para fazer o bilhete único gratuito ( pois tinha um deficiência visual em um olho e, portanto, tinha direito a esse benefício). Também relatou ter muito papel em casa, pois como não sabia ler guardava tudo para o caso de algum ser muito importante. 

A partir do contato com essas duas pessoas pude refletir sobre como a realidade que estamos entrando em contato é diferente da nossa. Também ficou muito evidente para mim a defasagem da educação pública no país e a falta de oportunidades que as pessoas de classe social mais baixa enfrentam. Considero a UBS um serviço muito importante, inclusive para lidar com temas como esse e fazer intersecções com outros serviços/ equipamentos do território. Ter saúde também é ter direito a um sistema educacional de qualidade,  poder acessar equipamentos culturais, ter espaços de lazer e esporte para frequentar etc. Claro que não cabe a saúde se responsabilizar por tudo isso diretamente, dai a importância da criação de uma rede de serviços que integre equipamentos de saúde  educação, lazer, cultura, esportes etc.

Bom dia a todos, estive na UBS Jd. D'Abril no dia 2 de outubro onde começamos as nossas atividades. Nossas preceptoras nos enviaram um texto de apoio para que pudessemos entender e discutir um pouco sobre o assunto que lemos. Nos fomos dividos em duplas como ja foi exposto anteriormente. Aline e eu lemos um texto explicando melhor o conceito sobre o territorio e o como o sistema SUS consegue se portar diante das necessidades da população.
Apos uma breve discuçao sobre o assunto, nossas atividades começaram. Foi proposto a mim, que me fizesse de uma moradora da região. Nao conhecia como funcionava o sistema publico de saúde e aprendi com essa atividade. Logo que cheguei fui atendida pela recepcionista que me explicou brevemente como funcionava a UBS. Como nao possuia nem o cartao da UBS e cartão do SUS, ficou um pouco mais complicado para mim. Mesmo assim, o meu atendimento conseguiu ser feito. A recepcionista me explicou como consigo adquirir ambos os cartões.
Apos a recepção, fui a demanda (que funciona como uma triagem). Quem me atendeu foi o nosso colega Eduardo, que aferiu minha pressão arterial e minha temperatura. Acontece que os meus sintomas eram normais de tuberculose, pensei que esse atendimento poderia ser feito um pouco mais privativo, para que pudessemos preservar o proprio paciente. Enfim, fui atendida pela enfermeira que me ensinou como fazer os exames necessarios para tal enfermidade. Apos esse atendimento, voltamos a encontrar os nossos colegas e contamos nossas experiencias.

domingo, 7 de outubro de 2012

Primeira visita 28/09

É com um pouco (muito) atraso que posto minha primeira experiência na UBS Jardim D'Abril, me desculpem! =S

Quando chegamos na UBS (Eu - Mateus, Thaína, Nicole e Isabel) aguardamos um pouquinho e fomos recebidos pela médica SUPER simpática Caroline (médica da área amarela). Conversamos um pouquinho para nos conhecer e já nos dividimos para realizar as atividades.

A primeira atividade que eu realizei foi a do "SOMBRA", na qual acompanhamos o paciente desde o portão da UBS até o último passo que ele dá lá dentro. Acompanhei uma senhora que aguardava ansiosamente para aferir sua pressão. Me apresentei e pedi para acompanhá-la, de início ela achou que era eu quem iria realizar os procedimentos, mas expliquei que iria apenas ser uma sombra dela, e se ela se sentisse invadida de qualquer forma que não haveria nenhum problema ela continuar sem a minha presença. A senhora passou com uma axiliar de enfermagem primeiramente, procedimento rotineiro mensal. Foi constatado na consulta uma alteração da PA da paciente, foi pedido para ela tomar alguns copos de água (uma média de 7 copos) e aguardar em repouso. A pressão da paciente foi aferida novamente e continuou alterada, a paciente foi encaminhada para  médica. A doutora constatou a alteração e foi feita uma investigação rápida para tentar descobrir o motivo que levou a alteração, foi prescrito medicamento e foi marcada uma consulta; as recomendações para a normalização da PA da paciente foram feitas pela médica Caroline (modo de uso do medicamento, dicas alimentares e etc.)
A paciente foi até a farmácia para retirar o medicamento prescrito, a técnica em farmácia fez a leitura da receita e orientou novamente a senhora. Após tudo isso acompanhei ela até o portão e agradeci.

A segunda atividade que eu realizei foi acompanhar a enfermeira Gisela (acho incrível como me sinto mais enfermeiro cada dia, e me identifico com cada profissional dessa área, sem puxar o saco, ADOREI A GISELA!) durante suas consultas. Pude acompanhar somente uma consulta, de um senhor que se queixava de dores abdominais, após exame clínico a enfermeira encaminhou o paciente para a médica (que mais uma vez era a Caroline). Conversando com a enfermeira ela me disse que se tratava de um senhor com atraso mental e complicações familiares; na UBS ele obtinha a atenção que precisava, seja em conversa, seja no acolhimento que recebe. Não pude acompanhar este paciente até o fim.

Passar essas horas na UBS me mostrou como todos os profissionais se encaixam como engrenagens de uma máquina bem maior, todos têm que estar em sintonia e funcionando em conjunto, como um grande grupo.
Não tinha conhecimento e não tenho experiências em UBS, pois não utilizo o sistema público de saúde, mas acho MUITO interessante e importante ter um profissional que conhece você e sua família, a região onde você mora e as situações pelas quais passa e pode passar, tudo isso gera um atendimento mais eficiente e realista, o qual se aproxima mais das necessidades reais da população.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sombra e Farmácia

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Achei que hoje (02/10) faríamos uma caminhada pelo bairro da UBS e cheguei animado para isso, apesar do calor que fazia. Nada: tinha me confundido, hoje faríamos atividades dentro da unidade. A Aline e a Isabele foram encarregadas de se passarem por usuárias fictícias da unidade, apresentando queixas que se enquadrariam como demanda espontânea. O Eduardo foi designado para acompanhar o atendimento dos auxiliares de enfermagem e, a mim, coube acompanhar um usuário ou usuária da chegada à UBS até o final do atendimento. Atividade de sombra, nome oficial. Fiquei um pouco desconfortável antes de começar a atividade: eu iria sombrear ou assombrar um desconhecido?

Fiquei na porta da UBS, sentando num banquinho, conversando com um menino que também estava lá. Perguntei quantos anos ele tinha e ele não soube me dizer ao certo. Achava que tinha 9. Vejo uma mãe jovem empurrando um carrinho com um bebê. Olhei para ela e, como recebi um olhar como resposta, resolvi me dirigir a ela. Disse que era aluno de psicologia participando de um projeto na unidade e perguntei se ela me deixaria acompanhar seu atendimento na unidade. Ela disse que sim, muito despreocupadamente, e eu ainda falei que era só se ela se sentisse à vontade. “Não, tudo bem.”, me respondeu.

O filho dela tinha 5 meses e estava com o peito carregado. Vieram fazer inalação. Ela já tinha uma guia com a prescrição do tratamento e, ao apresentá-la na recepção, foi encaminhada para a sala onde havia o inalador. Chamou minha atenção que a recepção foi muito rápida, não houve nem um troca de olhares entre a recepcionista e a mãe. Enquanto esperávamos, a mãe foi me contando que fora primeiro “lá na USP”, onde o médico recomendou a inalação. Já era o terceiro dia que ela vinha na UBS. A criança estava muito tranqüila e fui brincar um pouco com ela. De repente, começamos a ouvir um choro da sala de vacinação e o bebê ficou inquieto. Já fazia um tempo que estávamos esperando. E ficamos mais um bom tempo ainda esperando; a mãe em pé com o bebê no colo, que agora tinha se acalmado. Soube, nesse meio tempo, que o bebê chorava muito toda vez que fazia inalação e que era a mãe quem aplicava a inalação, sozinha.

Quando a enfermeira montou o equipamento e mãe foi aplicar o inalador, vi que a criança ficava mesmo muito assustada. Tive a impressão de que ele – era um menino – se sentia sufocado pela máscara, um pouco grande para ele, e tinha a expectativa de que ia ficar sem ar. Ele ficava o tempo todo tentando afastar aquela máscara com as mãos, gritando e chorando. Foi aí que achei estranho não ter nenhum profissional para dar um apóio à mãe, que não tem muita prática com o inalador. Depois de muito ficar assustado, o menino foi se acalmando, acho que de exaustão, e quase dormiu.

A mãe foi contando que acorda muito de madrugada para trabalhar em um lugar distante do bairro em que mora. Chegava cedo em casa, pelo menos, e tinha sido esse o jeito que encontrara para estar mais com o filho. Com ela no trabalho, o bebê ficava com a avô pela manhã. Isso impossibilitava que a mãe fosse à UBS as três vezes por dia que o médico recomendou para fazer inalação: ia apenas uma. Terminada a inalação, nos despedimos e agradeci a ela por ter me deixado acompanhá-la. Se antes de abordá-la estava desconfortável, tinha terminado de ser “sombra” me sentindo tranqüilo, por ter tido a sensação de que não estava invadindo a intimidade dela e que ela até tinha gostado de conversar comigo (e vice-versa).

Segui, por sugestão da Gisela, para a farmácia, onde conversei com as duas técnicas que estavam lá, a Patrícia e a Natalie. Foi a Patrícia quem me apresentou a farmácia e o funcionamento do sistema. Conversei bastante com ela também sobre o trabalho, se ela gostava, a quanto tempo estava lá, se era cansativo. Ela me contou que às vezes tinha gente com dificuldade para entender como tomar os remédios e que elas inclusive tinham inventado maneiras de facilitar o entendimento, se valendo de saquinhos plásticos para separar as medicações e figuras ou etiquetas coloridas para marcar o período do dia em que devia ser tomadas. Apesar disso, apareceu recorrentemente na fala dela que era a farmacêutica quem lidava mais diretamente com os usuários, tanto é que elas a chamavam quando havia mal-entendidos e confusões. Também era a farmacêutica quem tocava os projetos da farmácia com a comunidade. Diante desse cenário, fiquei com a impressão de que o trabalho delas é mais isolado do que o de outros profissionais da unidade.

Lembrei, por conta disso, de uma situação que me contaram sobre um menino cuja escola estava muito preocupada com ele. Ele não falava. A professora nunca ouvira nenhuma palavra dele. Pai e mãe também não, quem sabe muito raramente. Em uma reunião dos pais com os funcionários da escola numa instituição de tratamento que o menino freqüentava – ele recebera o diagnóstico de autista – o porteiro da escola estava presente. Quando soube dessa preocupação, expressou uma surpresa total: o menino conversava todo dia com ele, na entrada, sobre futebol! Essa história me chama atenção para o quanto os profissionais que não estão direta ou explicitamente envolvidos na tarefa da instituição podem ter modos de relação muito interessantes com quem freqüenta esse lugar e que, assim, podem acabar realizando uma tarefa que não era aquela oficialmente designadas a eles.

Tudo isso me remete à questão que levantei na semana passada sobre os diferentes olhares para um mesmo objeto, se ele seria realmente o mesmo objeto. Tomando a UBS como esse objeto, um objeto evidentemente complexo, acho que cada olhar vai construindo sim uma representação própria desse lugar, a partir da percepção de alguns dos aspectos que o compõe e do olhar que desvela esses aspectos. Apesar de parecer única, igual ao objeto, essa representação não dá mesmo conta de todo o objeto. Na semana passada, por exemplo, o próprio espaço da farmácia não fazia parte da minha representação da UBS, muito menos as experiências que são vividas lá. Daí a importância de encarar-se o desafio de compartilhar as experiências e, quem sabe, ir construindo um campo comum de atuação e produção de saberes.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Olá,


na última sexta-feira, dia 28/09, fiz a atividade de reconhecimento da UBS, juntamente com a Nicole, Taína e o Mateus. Minha primeira atividade foi observar a recepção, lá apareceram pessoas procurando a demanda espontânea e, também, com atendimento marcado. Para a demanda espontânea é necessário ter o cartão SUS, o qual pode ser feito por qualquer um com RG e comprovante de residência, já para atendimentos marcados é necessário ter o cartão do posto. Para a obtenção deste, a pessoa deve residir na região atendida pela UBS e deve ser visitada previamente por um agente comunitário. Observei também que muitas pessoas iam a UBS para fazer o controle da pressão arterial. Na recepção me explicaram que eles também são responsáveis por separar e encaminhar os prontuários, que são separados por cor da região que a pessoa reside.
A segunda atividade que fiz foi acompanhar uma auxiliar de enfermagem na demanda espontânea, lá é o primeiro lugar que a pessoa passa após a recepção. As auxiliares perguntam o que está acontecendo com a pessoa e medem a sua pressão, temperatura, frequência cardíaca, peso, entre outros. Após este passo a pessoa é encaminhada para consulta com a enfermeira.
Depois de acabarem minhas atividades fui acompanhar um pouco as atividades na farmácia, onde me explicaram como funciona a farmácia, como é feita a dispensação, como elas organizam o estoque, entre outras coisas.
Por último, acompanhei um paciente que tinha um eletrocardiograma marcado e pude assistir o exame, juntamente com a Taína (enf).
Achei a experiência de reconhecimento da UBS muito interessante, pois me ajudou a compreender o funcionamento de uma UBS.

Até a próxima,
Isabel.

Relatório 1

Olá pessoal!
Quero contar para vocês como foi minha primeira experiência no PET Saúde na última quarta feira dia 27/09!
 Foi bem legal, primeiramente tivemos uma apresentação sobre a UBS Jardim D'Abril e sobre o território que ela abrange. 
Logo em seguida vivenciamos uma atividade em que atuamos como usuários da Unidade. 
O meu papel foi de uma usuária que teve uma visita de uma ACS em sua residência e que por conta de uma tosse crônica produtiva, teve um pedido de exame de escarro. Além disso, a paciente era fumante de 1 maço por dia, não me lembro exatamente há quantos anos. Cheguei na recepção na Unidade e fui orientada de que para realizar esse tipo de exame eu teria duas opções. Entraria como demanda espontânea do posto, passando pela triagem, atendimento do enfermeiro e se preciso atendimento médico, para avaliar a necessidade real da realização do exame. Ou, então, entraria também como demanda espontânea, porém apenas para realização do exame, com orientações, pelo técnico de enfermagem na triagem.

Como a minha personagem já havia sido orientada pela ACS e já tinha recebido os potinhos para a coleta do escarro, então era necessário apenas a entrega do material. 

Porém, decidi passar pela demanda espontânea para conhecer o fluxo da Unidade. Consegui passar apenas pela triagem, por conta do tempo. Lá fui atendida pelo técnico de enfermagem, que aferiu minha pressão, mediu minha temperatura, pulso e realizou uma breve anamnese, para em seguida me encaminhar para o atendimento com a enfermeira.

Achei excelente este método de conhecer a UBS. Assim conseguimos sentir mais como as coisas funcionam na prática e qual é a visão do usuário do posto.

Por hoje é só!

Até mais pessoal!

Abraços,

Amanda Monteiro

Relatório

A minha primeira atividade na UBS foi no dia 26 de setembro. A atividade que me foi proposta foi observar a atuação do auxiliar de enfermagem na UBS, a observação durou aproximadamente uma hora. Os primeiros pacientes que os auxiliares de Enfermagem estavam atendendo eram crianças, entretanto como comecei a obsevação no meio do atendimento não fiquei sabendo o motivo delas estarem sendo atendidas. As crianças tiveram o seu peso e altura medidos, sendo depois encaminhadas.Além dessas crianças, foi atendida uma adolescente que tinha um ferimento por ter batido o pé em um objeto metálico. Por isso a auxiliar fez a limpeza do ferimento e fez um curativo, posteriormente a adolescente tomou a vacina de tétano. Considerando que a observação durou uma hora e apenas três pessoas foram atendidas, o número de pessoas foi muito baixo.Após perguntar para o auxiliar o motivo desse baixo número, fui informado que devido ao frio poucas pessoas iriam a UBS, o que me levou a pensar se a maioria das pessoas que vão tem uma real necessidade do serviço. Não tive problemas em executar a atividade, e aprendi como é feito o atendimento inicialmente na UBS. O paciente inicialmente passa pelo auxiliar de enfermagem que mede os sinais vitais e atua caso seja necessária, depois esse paciente é repassado conforme a gravidade para uma enfermeira ou um médico da família.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012


Olá, boa tarde!

Eu sou a Aline (da nutrição). Ontem, dia 02/10, ocorreu o meu segundo encontro com as preceptoras Mara e Gisela e com os colegas Miguel (da psicologia), Eduardo (da medicina) e a Isabela (da odontologia).  Como o Miguel disse em sua primeira postagem, ele e o Eduardo formaram uma dupla e eu e a Isabela formamos outra, sendo que nós quatro iremos trabalhar juntos. No início do encontro de ontem, cada dupla fez uma breve apresentação do artigo que tinha ficado responsável por ler. Eu e a Isabela lemos o artigo intitulado de O TERRITÓRIO NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA e expomos aos colegas o que tínhamos compreendido do texto. Particularmente, eu gostei muito da leitura que nos foi recomendada, ela me ajudou a esclarecer certos conceitos inerentes ao principio de Regionalização e Hierarquização do SUS e de maneira geral foi muito enriquecedora. Depois dessa breve exposição dos textos de ambas as duplas e dos comentários construtivos feitos pelas preceptoras fomos à parte prática do nosso dia. Cada um de nós, como já foi comentado em outros posts, recebeu uma tarefa com um determinado objetivo. Eu me fiz passar por uma moradora da região que não conhecia nada sobre a UBS e sobre o seu funcionamento, mas que queria ser atendida, pois frequentemente sentia dores nas costas e apesar de já ter recebido medicação em uma AMA e de apresentar uma leve melhora, a dor persistia.
Fui muito bem atendida na recepção, a Tatiana (recepcionista) perguntou se eu tinha o cartão da USB ou o cartão do SUS, eu não tinha o primeiro, mas como possuo o cartão do SUS pude ser atendida sem a necessidade de fazer o requerimento deste cartão (para o qual é necessário RG e comprovante de residência). Na recepção eu fui informada de que um agente da saúde posteriormente iria fazer uma visita à minha residência para checar se eu realmente era moradora da região e verificar a infraestrutura do local (saneamento básico). Aguardei na sala de espera por menos de 10 minutos e fui chamada pelo meu nome (prefiro esse método ao de distribuição de senhas) à sala onde ocorre o atendimento da demanda antes que essa seja direcionada a enfermagem. Fui atendida pelo Eduardo (sim, o da medicina haha), que ouviu a minha queixa e aferiu a minha pressão e temperatura. Voltei à sala de espera onde fiquei por 50 minutos esperando pelo atendimento da enfermeira.  A Andreia, enfermeira que me atendeu, foi muito atenciosa, ela me examinou e fez algumas recomendações (prática de exercícios físicos e correção de postura) a fim de ajudar a resolver o problema da dor, mas disse que caso o problema persistisse eu poderia retornar para uma investigação médica. Não sofro de dores frequentes nas costas, mas gostei das orientações que a Andreia me passou e acho que elas se aplicam de uma forma geral, a correção da postura, por exemplo, é uma coisa que eu acredito que deva seguir para evitar problemas futuros, visto que nem sempre eu me mantenho na postura adequada.  Enfim, gostei muito de ter passado esse dia na UBS, assim como gostei das atividades desenvolvidas.  Acredito que tenho muito a aprender e a amadurecer com o PET e que a cada encontro mais um passo será dado a caminho disso.