quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Visita dos profissionais

Olá,

Essa quarta, dia 28/11, acompanhamos uma visita da equipe em uma residência da comunidade. Dessa vez a visita era com os profissionais, especialmente agendada para a farmácia. Participaram da visita a farmacêutica, a enfermeira, a auxiliar de enfermagem e a ACS.

Fomos à uma casa onde morava um casal de idosos. A demanda da visita foi o fato do senhor ter dificuldade em organizar seus muitos remédios que deveria tomar durante o dia, e por isso talvez eles não tivessem tendo o efeito desejado e então poderiam estar pondo em risco todo o tratamento.

Ao chegarmos e solicitarmos os remédios que eram administrados o senhor veio com o saco plástico onde se encontravam todos os remédios a serem tomados juntos. Era realmente muito difícil saber qual deveria ser tomado e em qual horário além da dificuldade em achar o remédio dentro daquele saco. Achei a forma de solucionar o problema bem simples e criativa: a farmacêutica consultou a receita e foi preparando de acordo com o pedido médico saquinhos separados para cada remédio, nos quais colocava o período do dia em que cada um deveria ser tomado.
Para facilitar o entendimento do paciente foram coladas no saquinho figuras que representavam as horas do dia, ou seja, o remédio dentro do saquinho com o SOL era para ser tomado pela manhã, o que tinha um PRATO deveria ser tomado no almoço e aquele com a LUA deveria ser tomado a noite.
Em seguida foi conversado com o paciente e explicado à ele a nova lógica para administração dos remédios, além a orientações para facilitar a organização de melhores horários, como antes ou depois de sair, ou se deveria levar o remédio quando saísse e etc., além de explicar a importância de tomar o remédio para a avaliação do tratamento, para certificação de se está sendo efetivo ou não, e que tudo isso retornaria à ele mesmo na melhora de sua saúde. Ficou visível quanto aquela medida ajudaria o paciente, além de seu próprio relato, dizendo que agora estava muito melhor.

Também foi dada orientação à sua esposa, em relação à hipertensão arterial verificada, tanto dessa vez, quanto na última que haviam sido visitados. Ela foi orientada à passar no posto, para começar um possível tratamento.

Achei bem interessante o modo como os moradores recebem bem a equipe de saúde da família, e gostam de sua visita. Parecem sempre muito colaborativos e interessados nas informações que são dadas. Também vejo como essa visita faz diferença e deixa muito mais claro aos próprios usuários do serviço suas condutas à serem tomadas, principalmente porque as orientações são inseridas dentro do seu próprio contexto, o que facilita a aceitação e absorção dos conceitos, e tudo é devidamente explicado para que não hajam dúvidas em relação à nada. Eles parecem se sentir muito mais acolhidos, sabem que tem atenção e alguém que se preocupa com eles.
Mais uma vez foi uma experiência muito animadora em relação ao trabalho que é feito!

Simpósio PET

Olá pessoal,

Vim aqui falar sobre o simpósio do PET. Havia falado que poderia ir essa sexta, dia 30, mas acontece que essa sexta exclusivamente tenho um outro compromisso que havia me esquecido quando confirmei minha presença. Vou tentar muito ir nos dois, e chegar um pouco mais tarde no simpósio para cumprir ambos os compromissos.
Desculpa a demora para avisar e a falta de organização. Tinha a intenção de avisa-los antes, para tentar achar alguém que pudesse ir no meu lugar, mas não consegui entrar no blog pois o google estava exigindo que mudasse os dados da minha conta para entrar e não estava tendo muito tempo para fazê-lo.

Espero que dê tudo certo!
Beijos



Visita Domiciliar

Nessa semana, visitamos o Sr. Quinzinho , que morava com a sua esposa em uma casa na região abrangida pela UBS Jardim D'Abril. O foco da visita era a aderência de Sr. Quinzinho ao tratamento, uma vez que ele tomava grande quantidade de medicamentos, oito ao todo, cada um com um intervalo de tempo particular. Nessa ocasião a Cris, farmacêutica da UBS, propôs um meio de  organizar seus medicamentos, colocando imagens referentes ao horário da medicação em um saquinho plastico, cada um  com um medicamento diferente. Acredito que essa atitude é muito positiva, pois Sr Quinzinho relatava problemas na administração dos medicamentos, e é uma pessoa bem presente na UBS, em grupos e consultas, o que demonstra que a má administração dos remédios não está relacionada com um descaso com a saúde. Além disso nessa ocasião, foi reforçado um convite a esposa de Sr Quinzinho, para que esta seja mais presente na UBS também.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Atividade de Grupo

Olá!

Na última semana que tivemos atividade, fomos participar de um grupo muito legal! Chamado de DIA DE MADAME, foi criado um espaço para arrumar o cabelo, fazer as unhas, colocar uma roupa mais arrumada, um salto alto, claro tudo gratuito e todos os voluntários são da UBS Jardim D'Abril. Não haviam profissionais da beleza, mas sim voluntários repletos de vontade de tirar um sorriso de mulheres com realidades às vezes tão sofridas.
A atividade foi criada na tentativa de resgatar a população feminina e tentar criar um vínculo entre a mesma e  a UBS. Isso porque o índice de dependência química no bairro é maior entre as mulheres, com relação aos homens. Porém, ali naquele dia, não haviam viciadas em crack, nem alcoólatras, nem qualquer outro tipo de figuras estigmatizadas, mas sim mulheres com vontade de preencher um vazio em suas vidas, chamado auto estima.
Achei sensacional a iniciativa, por mais simples que ela tenha sido, pois o sorriso que ela tirou de pessoas com feições de que há muito tempo não tinham motivos para isso foi o que realmente enriqueceu a atividade!
Queria inclusive aproveitar para parabenizar a todos que participaram da atividade! Muito legal mesmo!!!

VDs

Oi gente!!!

Fazia tempo que eu não escrevia! Este final de semestre está bastante complicado!!!

Há umas duas semanas tive a oportunidade de conhecer o Bairro Jardim D'Abril mais de perto!
Fomos fazer visitas domiciliares junto com o ACS Vander, uma cara muito simpático que nos levou a duas casas diferentes, apesar de vizinhas, com uma realidade bastante distinta e depois nos levou para andar pela comunidade e conhecer um pouco mais de sua realidade.
Primeiro entramos na casa de Dona Maria, ela estava com o neto e também com uma menininha que ela ajuda a cuidar, pois a mãe da criança trabalha o dia inteiro. Mas na casa mora também a filha, mãe de seu neto, seu marido e um outro filho. É um apartamento com dois quartos, sala, cozinha e área de serviço e um banheiro. Relativamente justo para a quantidade de moradores. Dona Maria tem hipertensão e recebe visitas mensais de seu ACS, que é também seu vizinho (acho isso o máximo!!!). Nas visitas ele checa se os remédios estão ok, é aferida a pressão e ACS e usuário conversam um pouco sobre o dia-a-dia do mesmo.  Logo depois fomos em um apartamento, na frente do de Dona Maria, aonde conhecemos Dona Nair, uma senhora de 63 anos, bastante ativa, que mora sozinha. Neste caso é um pouco diferente porque Nair passa em consultas com os médicos de seu convênio, porém pega medicação no posto, logo o ACS faz este intermédio entre a UBS e a paciente.
Depois andamos pela comunidade, foi possível verificar que há uma grade discrepância entre as diferentes regiões do bairro. Vimos bastante lixo a céu aberto, assim como o esgoto também.
O ACS que nos acompanhou nos contou o que mais é possível de ser feito nas visitas domiciliares realizadas por ele como rastreamento de TB e hanseníase. Assim como tudo que for relevante das visitas são repassados nas reuniões de equipe e nenhuma decisão é tomada sem o aval da maioria.

terça-feira, 27 de novembro de 2012


Seminário: “Lugar e Papel das Organizações de Saúde no SUS da Cidade de São Paulo”.

Com objetivo de possibilitar a apresentação e discussão de argumentos de diferentes segmentos sociais e políticos sobre o lugar e o papel das Organizações Sociais de Saúde no SUS da Cidade de São Paulo, a Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP numa co-parceria com a Associação Paulista de Saúde Pública (APSP), promovem o seminário: “Lugar e Papel das Organizações de Saúde no SUS da Cidade de São Paulo”.
Destinado a alunos de graduação e pós-graduação, docentes e pesquisadores da FSP/USP e profissionais associados à APSP. e quaisquer interessados no tema.

Foram convidados para o seminário representantes do representantes do Prefeito-Eleito de São Paulo, do atual governo municipal de São Paulo, do Conselho Municipal de Saúde de São Paulo e do Fórum Popular de Saúde do Estado de SP. O evento será realizado no dia 28 de novembro de 2012, das 14 h às 18h, na Faculdade de Saúde Pública (FSP/USP) - Auditório João Yunes - Avenida Doutor Arnaldo, 715.

Não há necessidade de inscrição e não será fornecido certificado ou declaração de participação.

Mais informações e entrevistas para a imprensa com Dr. Paulo, pelo e-mail: pcnarvai@usp.br

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ata da reunião geral 23/11/12


ATA DA REUNIÃO GERAL

Data: 23/11/12
Início: 16h
Término: 18h
Local: sala de reunião - UBS Jardim d’Abril
Presentes:
Preceptoras: Mara, Cris, Carol e Ana.
Alunos: Isabela, Miguel, Izabel, Nicole, Luiz, Thaína, Mateus, Eduardo, Juliana e Aline.

ORDEM DO DIA:

1. Informes:

1.1. I SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (PRO-Saúde PET-Saúde USP Capital)


Dias: 29/11/12 das 9h às 17h e 30/11/10 das 9h às 12h. Local: FO – Cidade Universitária.

1.2. Próximas reuniões

      Dia 21/01/2013 das 16h às 18h na UBS; 19/02/2013 das 16h30 às 18h30 na FO – USP (a confirmar); 4/03/2013 das 16h30 às 18h30 na FO-USP (a confirmar) e 26/04/2013 das 16h às 18h na UBS. Na primeira reunião do ano de 2013 cada um deverá contar um pouco sobre o que aprendeu do SUS durante esse período de experiência no PET.

1.3. Férias

    Os bolsistas do PET terão cerca de um mês de férias, os dias de início e término das mesmas deverão ser combinados com os preceptores das equipes.

2. Frequência de postagens no blog

As preceptoras sugeriram que fosse criada uma lista de frequência de postagens no blog, semelhante a lista de frequência de comparecimento à UBS. No início das atividades na UBS foi combinado que deveríamos postar no blog toda semana e a lista seria uma forma de garantir e verificar se as postagens estão sendo feitas por todos. Todos os presentes concordaram com a criação da lista.

3. Avaliação

Também foi sugerido pelas preceptoras que elas e os alunos fossem avaliados continuamente. O intuito da avaliação seria o de otimizar o trabalho desenvolvido por ambos. A avaliação seria feita de uma maneira informal (sem atribuição de notas ou coisas do tipo) e os quesitos avaliados seriam desempenho, pontualidade, comprometimento entre outros.

4. Projeto
 
Foi esclarecido, muitos não haviam entendido, que apesar do projeto ser “segmentado” (ter três eixos) o tema central do projeto que cada equipe irá abordar é a VIOLÊNCIA. Algumas equipes já começaram a fazer o levantamento do material bibliográfico. Foi sugerido que os materiais encontrados sejam postados no blog.

5.  PET – Saúde Mental

     Durante a reunião foi questionado o nosso distanciamento em relação ao PET – Saúde Mental (SM) e vice-versa. Os alunos manifestaram interesse em fazer uma reunião conjunta com os alunos do PET – SM, levantou-se a hipótese dos alunos do PET – SM fazerem parte do blog da UBS.
 
6.  Supervisão/ Reuniões e afins

   Os alunos de alguns cursos (terapia ocupacional, farmácia, nutrição e educação física) comentaram que em suas faculdades ocorrem encontros entre alunos bolsistas do PET e docentes tutores. Os encontros diferem de faculdade para faculdade, mas de uma forma geral nesses encontros são realizadas trocas de experiências, leituras de artigos, discussão de casos, entre outras coisas.

7. Nossas reuniões

    O grupo concordou que as reuniões gerais são validas e que devem ser mantidas. Como nós queremos que sejam e o que gostaríamos de fazer nas próximas reuniões gerais? Ideias e sugestões são bem vindas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Dia de Madame



Quarta feira acompanhamos o “Dia de Madame”, evento no qual mulheres da região abrangida pela UBS Jardim D’Abril tiveram oportunidade de ter um dia de beleza. Pessoas que trabalhavam na UBS, como farmacêuticas, ACS, enfermeiras, entre outras ofereciam as mulheres serviço de manicure, pedicure e cabelereiros. Após passar por esses serviços as mulheres recebiam uma roupa, um kit de cuidados, uma rosa e  uma foto de recordação. Nas paredes havia artigos com foco em beleza e saúde, e sempre que uma mulher terminava de se arrumar, era uma festa, e era visível com elas se sentiam bem com isso . O foco da intervenção era ser um atrativo para que as moças, senhoras e até crianças conheçam um pouco sobre a UBS e o serviço lá prestado. Porém , isso era feito de modo sutil, enquanto as mulheres faziam a unha ou o cabelo, o tema saúde surgia como um assunto singelo, sem forçar orientações ou coisas do gênero. Por exemplo, enquanto uma educadora física fazia o cabelo de uma senhora, ela comentou que um dos trabalhos dela era organizar o grupo de caminhada da UBS, como a senhora demonstrou interesse, foi feito um convite para que ela se integrasse ao grupo e ela aceitou.  O tempo em que permaneci na intervenção, pude ver como as mulheres e crianças se sentiam bem em ser valorizadas, em não serem vistas apenas como mais umas usuárias da UBS, acredito que elas também gostaram muito, pois sempre saiam com um sorriso no rosto.

Visita Domiciliar



No dia da Visita Domiciliar nos dividimos em duplas para conhecer melhor  o trabalho do ACS em uma visita domiciliar. Nesse dia,  visitamos duas casas e conhecemos uma comunidade. Visitamos Dona Maria,49 anos, ela recebe visitas mensais na qual é aferida sua pressão arterial por uma auxiliar de enfermagem, é avaliada a data de vencimentos das receitas e o acesso aos medicamentos. Em sua família é realizado trabalho de prevenção com os demais moradores (marido, filho, filha e neto),  e as carteirinhas de vacinações são analisadas, para ver o que está faltando, nesse caso, seu filho de 19 anos ainda não havia tomado a vacina referente aos 15 anos.  Também visitamos a Dona Nair, 63 anos, ela é acompanhada pelo convênio particular , porém utiliza o posto para retirar medicamentos e aceita visitas da auxiliar de enfermagem para realizar medida da glicemia capilar e aferir pressão arterial. Ao conversamos com o ACS que nos acompanhou, ele nos disse que a visita também é utilizada como analise de moradia (analisar possíveis carências e irregularidades que comprometam a saúde), rastreamento de tuberculose e hanseníase. Com  as informações coletadas na Visita Domiciliar, o ACS realiza um relatório, conversa com o médico responsável e participa das reuniões em equipe. Foi frisado nesse dia, que não existem decisões individuais, elas sempre são tomadas em equipe, o que na minha opinião é um importante diferencial da atenção primária.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Visitas domiciliares - 6/11


Com a ajuda do tempo, que nos contemplou com um dia ensolarado, seguimos as nossas atividades com a realização de visitas domiciliares (VDs). Isabela e eu acompanhamos a Ângela (ACS) em quatro VDs. Todas as visitas foram realizadas na área azul, área atendida pela Dra. Katia.
Primeiramente, visitamos a senhora Francinete, percebi que ela ficou um pouco incomodada ao nos avistar do outro lado do seu portão, parecia que estava preocupada/envergonhada em nos receber em sua casa e acredito que isso ocorreu devido a minha presença e a presença da Isabela, até então duas estranhas para ela. Com o passar do tempo ela foi ficando mais à vontade, a Ângela de uma forma bem natural e possibilitando o diálogo entre as respostas perguntou a ela se estava tudo bem, perguntou sobre os medicamentos que ela estava usando e verificou datas de consultas. Francinete revelou-se uma paciente poliqueixosa, mas as suas principais queixas eram contra alguns dos medicamentos que ela estava fazendo uso. Ao término da vista a Ângela nos contou que além de osteoporose Francinete tinha câncer de pele, duas doenças que a meu ver podem estar relacionadas.
Nossa segunda visitada foi a senhora Rosa. Rosa sofre de mal de Parkinson e caminha com o auxílio de um andador. Ela nos recebeu já dentro de sua casa sentada em seu sofá. A agente “entrevistou” Rosa da mesma maneira que havia “entrevistado” Francinete, fazendo basicamente as mesmas perguntas. Rosa além de Parkinson tem hipertensão e diabetes. Em meio a conversa que se instalou durante a visita, Rosa disse que não sabia porque ela era diabética, visto que ela praticamente não consumia doces. Nesse momento eu como estudante de nutrição me senti no dever de tentar explicar para ela que a alimentação não era o único fator determinante desta condição e assim, percebi na prática o quanto é difícil adaptar a linguagem técnica a uma linguagem popular.
Dando continuidade as nossas visitas chegamos à casa do Davi, uma linda criança de apenas cinco meses. Isabela e eu verificamos o seu caderninho de vacinas e vimos que haviam duas programadas para esta semana (12/11 e 13/11). Nesta visita senti a Ângela um pouco distante, ela disse que não conhecia a mulher que estava com a criança, a tia do Davi, e talvez este tenha sido o motivo do seu distanciamento.
Por fim visitamos a senhora Regina. Está foi a casa onde a Ângela ficou mais à vontade, ela e a Regina são amigas. Regina fica a maior parte do tempo em casa com sua neta a Agatha. Regina tem pressão alta. Ela apresentou poucas queixas durante a entrevista, mas também reclamou do medicamento que estava usando, disse que ele lhe causou tonturas e que por isso ela havia interrompido o tratamento por conta própria. A agente a orientou a contar à médica que ela não estava tomando os remédios. Com base no que foi relatado pela Regina e pela Francinete (1° vista) pude notar que as duas culparam os medicamentos por sintomas que talvez não tenham sido causados por eles. Ao término das visitas voltamos à UBS finalizando a nossa atividade.



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

26/10

Na ultima visita a UBS , eu e a Taína acompanhamos uma agente comunitária nas visitas domiciliares.
Nós conseguimos visitar apenas três casas na praça. Na primeira visitamos um senhor e a agente perguntou sobre os medicamentos que ele estava tomando, pediu para ver os medicamentos que ele já havia comprado e orientou sobre quais medicamentos ele pegava no posto.
Ao contrario do relato da Nicole, acredito que a Acs já trabalhava faz tempo nessa área, então ela conhecia bem as pessoas, a família, sabia o nome de quase todos, assim ela perguntava como todos estavam, sobre o trabalho, o que, na minha opnião, tornava a visita mais confortável para as pessoas que estavam recebendo a agente. Ela aproveitou e pediu para ver a carteirinha de vacinação das crianças que moravam na casa, verificou quando as pessoas tinham consulta marcada no posto, para relembrá-las.
As duas outras casas que visitamos tinham mães com crianças pequenas e a  agente verificou as vacinas, as consultas e, também, perguntou se elas estavam na escola, se tinham bolsa família.
Achei muito interessante que a agente não se preocupou em conversar apenas sobre doença, ou remédios, e sim procurou levar uma conversa com as pessoas, dando atenção a vida delas como um todo.


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Relatório 4


Lemos textos sobre território, um assunto que, confesso, sempre me incomodou no SUS. Isso porque não consigo compreender porque alguém que mora mais perto de uma UBS não pode oficialmente participar dela somente porque não faz parte do território dela. 

No artigo "A contribuição do conceito de território para uma gestão socialmente justa da cidade" pude conhecer a realidade da divisão de territórios de São Paulo. São 31 territórios bastante diferentes que demonstram bem a desigualdade sócio-espacial.
Cada qual busca a satisfação de seus interesses corporativos, enfraquecendo as lealdades coletivas e impedindo a afirmação de sentido de comunidade, o que complica o exercício da cidadania e da democracia.

No artigo "O território no Programa de Saúde da Família", pude compreender que a territorialização é uma tarefa muito importante e que requer a demarcação de limites das áreas de atuação dos serviços; de reconhecimento do ambiente, população e dinâmica social existentes nessas áreas; e de estabelecimento de relações horizontais com outros serviços adjacente e verticais com centros de referência. Além disso, aprendi também que o território, suas características naturais ou construídas pelo homem, estão diretamente relacionados com o processo saúde-doença da população. Por fim, a efetivação das ações de atenção, promoção e prevenção buscando melhores condições de vida resulta num olhar multiterritorial, através do qual se considera que que existem outras forças atuantes no território, além da lógica dos serviços de saúde.


domingo, 4 de novembro de 2012

23.10.2012


Havíamos planejado fazer visitas domiciliares com as agentes comunitárias. Desde de manhã chovia muito, e continuou assim quando chegamos à UBS. Acabamos desmarcando as visitas e nos resolvemos por ficar na unidade, conversando sobre o projeto. A Mara e a Gisella propuseram, a partir da leitura que elas fizeram do blog, que nós fossemos conversando mais sobre nossas opiniões e aflições em relação ao trabalho. A Isabella não estava se sentindo bem – alergia à tinta; a UBS estava sendo pintada – e por isso resolvemos fazer reunião lá fora, na entrada da unidade.

Descemos algumas cadeiras de uma sala do NASF e fizemos uma roda lá na entrada. Foi interessante ficar no meio do movimento da unidade, o que deu uma sensação mais nítida de pertencer àquela comunidade. Comecei falando, a pedido da Mara e da Gisella, o que eu tinha escrito no blog sobre a necessidade que sentia de nos colocarmos mais no projeto e de construir uma equipe. Trouxe um pouco minha experiência na Psicologia com a prática de supervisão, que acho interessante não só para analisar um caso ou uma situação mas também para clarear o campo de trabalho e desanuviar os sujeitos do impacto da experiência. Gosto do espaço de supervisão exatamente porque, ao falar desse impacto, a escuta do grupo vai localizando-o no interior de uma prática coletiva e as aflições podem ser compartilhadas, o que dá uma alívio tremendo e oferece novas possibilidades de significação para a experiência, portanto novos caminhos para serem percorridos no trabalho.

A Aline nos contou que, ao saber que faríamos um projeto sobre violência, se sentiu muito impotente diante do tema e foi pesquisar que intervenções já haviam sido feitas em torno do bullying. A Gisella também se colocou em relação ao projeto, dizendo que sentia ser mais difícil para ela analisar um caso de violência do que atender alguém que havia sofrido algum tipo de violência. Ela se percebia como de posse de um escudo no atendimento; na discussão de caso, no entanto, se via mais implicada e saía tocada por aquilo. O Eduardo, do seu lado, trouxe a vontade de trabalhar com adolescentes e de se debruçar sobre as questões ligadas ao uso de álcool e drogas. Aí esbarramos em uma limitação do projeto: esse seria uma tema a cargo do PET Saúde Mental. Embora estivéssemos fora da unidade, ainda havia cheiro de tinta. A Isabella preferiu não falar; não estava se sentindo bem e a Mara disse que tínhamos flexibilidade para delinear o projeto, que a questão da escola tinha surgido por um demanda que ela tinha recebido de uma das escolas da região.

Fomos continuando a conversa. A Gisella, a determinada altura, perguntou se a Isabella não preferia passar na demanda. Ela estava piorando visivelmente. Disse não e preferiu descansar no carro do Eduardo, para ficar longe da tinta. Contei que tinha lido um texto interessante sobre a intervenção de psicólogos na escola, que se preocupava com os efeitos da entrada desse profissional no campo escolar. O grande mote do texto era trazer a dimensão de uma luta por concepções de educação e de sujeito no interior da escola, fazendo ver um campo de forças no qual o psicólogo seria mais um agente. Mandei o texto para o grupo, porque, apesar de ser sobre o trabalho de psicólogos, serve de inspiração para cada um refletir sobre a entrada da sua profissão no campo escolar. Outra contribuição interessante é o deslocamento que a autora faz para que seja possível intervir não no objeto da queixa escola, sim no campo de produção da queixa. Desloca-se do indivíduo, para que não se reafirme a individualização de problemas em que a escola e o sistema sócio-educativo estão implicados mas não se reconhecessem implicados, para as relações de força e poder em que se constituem as práticas educativas e as próprias queixas.

A Gisella começou a ficar preocupada com a Isabela, que tinha voltado para nossa roda. Fiquei impressionado que, à distância, ela notou que a Isabela estava ficando com a respiração mais curta. Ela, então, acabou voltando para o carro e a Gisella resolveu começar um atendimento ali mesmo, fora da unidade. Não demorou muito para uma assistente de enfermagem vir tirar os sinais vitais e logo a Carol, médica, desceu para continuar o atendimento. Foi tudo muito rápido. A Isabela tinha piorado muito. Estranhei que os olhos dela estavam muito para fora, com as veias expostas, e o rosto, muito pálido. Com as medicações que a Carol e Cris trouxeram, além de muita água, a Isabella foi melhorando também rapidamente. E com isso acabou nossa terça-feira na UBS, com muita coisa para refletir no caminho de volta.

Como pode um lugar de promoção de saúde expor seus usuários à situações que podem desencadear problemas como o que aconteceu com a Isabela? Não se trata de apontar culpados, mas chama atenção o paradoxo, da mesma natureza da história que alguém contou na reunião ampliada da faxineira da Faculdade de Letras que não sabia ler. A UBS estava sendo pintada em dias da semana e o caso da Isabela já é o terceiro de problemas acarretados pela tinta, segundo a Gisella. Por outro lado, ficou tão evidente com essa situação o quanto estamos todos sujeitos a adoecer, por mais que trabalhemos ativamente para que os outros e nós fiquemos saudáveis.

Foi bom termos compartilhado um pouco do que o projeto tem evocado na gente. Parece que um campo comum começou a se configurar a partir da experiência de cada um, um campo que pode acolher a sensação de impotência, o desejo de mudar o rumo do projeto, as críticas, enfim, aquilo que cada um com a sua história  vai podendo desvelar de um objeto em comum. Algo que se esclareceu para mim com essa conversa é que estamos muito aflitos para delinear logo um projeto ou uma atuação. Estava compartilhando dessa pressa, que, agora, perdeu o sentido para mim: o PET é um projeto de 2 anos e, se a idéia é que pensemos em algo que possa ser incorporado pela unidade, não vejo por que correr com a elaboração do projeto de intervenção e pesquisa.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

26/10 - Nicole


A proposta de atividade do dia 26/10 foi que em dupla acompanhássemos uma ACS em algumas visitas domiciliares. Eu e o Mateus acompanhamos algumas visitas da área amarela: fomos com a ACS em uma determinada rua e passamos em todas as casas que eram cadastradas na unidade e que tinha alguém em casa. Uma das características dessa área é a grande presença de moradores idosos e isso pode ser observado durante as visitas, pois das 7 casas que passamos 5 tinha um ou mais moradores idosos.

Durante a visita e observando a abordagem feita nas casas percebi que o foco estava bastante na doença. As perguntas feitas pela ACS eram relativas ao controle da pressão arterial e da diabete ( doenças bastante prevalentes nas casas visitadas), se os remédios estavam sendo tomados regularmente e como estava a saúde do resto da família. Outra demanda que surgiu durante uma visita foi a solicitação de marcação de consulta. Alguns moradores relataram mais detalhadamente como estava a saúde e outros eram mais concisos. No geral achei a visita bem breve e senti falta de serem abordados outros temas, que não só referentes ao controle de doenças. Porém, a ACS que nós acompanhamos era bem nova na função, então o tipo restrito de abordagem feito por ela pode ser justificado por isso. Ela ainda não tem muita experiência na função.

De forma geral, considero que a visita domiciliar pode ser uma forma potente de promoção a saúde, pois o contato com a população é muito próximo e a formação de vinculo é potencializada. Além disso, o conhecimento das famílias e dos problemas que elas enfrentam é muito maior, e assim, podem ser propostas intervenções mais eficazes e que faça sentido no para as pessoas. Por outro lado, considero que a visita domiciliar também pode ser uma forma invasiva de intervenção, pois você tem um conhecimento muito mais profundo da família  e adentra seu contexto, sua casa, seus problemas, fala o que está certo e errado em sua saúde, dessa forma o "controle" sobre a saúde do outro pode ser muito maior. Considero que esses aspectos devem ser sempre ponderados e avaliados para que a visita domiciliar seja efetivamente um instrumento de promoção de saúde da população e não de controle social.